Vírus provoca segunda morte em Portugal
Uma pneumonia bilateral associada ao vírus da Gripe A H1N1 provocou nas últimas horas a morte de um homem de 53 anos internado desde Setembro na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de São João, no Porto. O segundo caso de morte resultante de infecção pela nova variante do vírus da gripe foi confirmado este domingo pelo Ministério da Saúde.
O último caso de morte relacionada com uma infecção pelo vírus H1N1 fora revelado a 26 de Setembro. No Hospital Curry Cabral, em Lisboa, um homem de 49 anos sucumbiu, então, a uma pneumonia.
Escassos dias antes, um homem internado no Hospital de Santo António, igualmente infectado pela Gripe A, não resistiu a uma infecção abdominal bacteriana e a uma pneumonia. As autoridades sanitárias explicaram, contudo, que o doente morreu em consequência de uma infecção bacteriana e não por causa do vírus H1N1.
Ministra da Saúde exclui atrasos nas vacinas
Os primeiros lotes da vacina contra a Gripe A chegam a Portugal a partir do próximo dia 20. A entrega da primeira remessa estava prevista para segunda-feira, mas acabou por ser adiada. O Ministério da Saúde espera dar início à campanha de vacinação a 26 de Outubro.
"Aquilo que eu disse sobre as vacinas da gripe foi que estas iriam começar a chegar a Portugal e que estariam disponíveis a partir do dia 12 de Outubro. Mas que Portugal não as iria ter nessa altura, só as iria receber mais tarde por razões logísticas e só ao fim das primeiras duas semanas da sua produção é que chegariam a tempo de começarmos a vacinação no dia 26", afirmava no sábado a ministra da tutela, Ana Jorge, após uma reunião na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, dedicada à "Saúde Mental nos Cuidados Primários".
A ministra da Saúde garantiu ainda que "não há atraso" na entrega dos lotes da vacina Pandremrix adquiridos à farmacêutica GlaxoSmithKline. "Há programação", reforçou.
Grupos prioritários
O Governo despendeu este ano 45 milhões de euros na compra de seis milhões de doses de vacinas para o combate ao vírus da Gripe A H1N1. O transporte do produto vai ser assegurado a partir da Bélgica por meios rodoviários. As autoridades portuguesas esperam receber um carregamento por semana.
Numa primeira fase estarão disponíveis 49 mil doses da Pandremrix, que serão administradas aos grupos considerados prioritários: os profissionais de saúde que, "pela especialização e especificidade das suas funções", são vistos como "dificilmente substituíveis"; as grávidas no segundo e no terceiro trimestres de gestação e com doenças graves associadas; os profissionais que assegurem "actividades essenciais" em áreas como a distribuição de gás e de electricidade, as comunicações, o saneamento, a segurança e a comunicação social.
Confrontada com o impacto directo da Gripe A nos custos do Estado, que ascendem a 67,5 milhões de euros (45 milhões de euros para a aquisição de vacinas e 22,5 milhões gastos desde 2007 na compra do anti-viral Oseltamivir à Roche), a ministra da Saúde sustentou ser "precoce fazer comentários".
"Estamos ainda numa fase muito precoce da epidemia em Portugal. Não sabemos o que vai acontecer, até porque a entrada das vacinas agora poderá vir modificar o comportamento da epidemia", argumentou Ana Jorge.