O JOGO

Um jogo de fabulosa manipulação e ilusão num thriller de suspense superiormente criado por David Fincher, com Michael Douglas.

No dia do seu aniversário o milionário Nicholas Van Orton, um homem metódico que mantém um absoluto controlo sobre a sua vida profissional e pessoal, recebe do seu irmão Conrad, um irresponsável ¿play-boy¿, um presente insólito: um jogo. Um jogo montado por uma empresa com o objectivo de animar a vida do jogador. Orton aceita, por mera curiosidade, ir a uma entrevista na empresa do jogo que começa nesse preciso momento. De um minuto para o outro, a vida de Ortgon, transforma-se num pesadelo de perseguições e atentados à sua vida, que ele julga tratar-se de um esquema maquiavélico para o arruinar. Após um sem número de incríveis peripécias, Orton, reage e contra-ataca acabando por matar o irmão e suicidar-se de seguida. Mas nem assim termina o jogo.

David Fincher, que ¿Seven¿ transformou num dos cineastas mais surpreendentes dos anos 90, retoma o thriller de suspense em ¿O Jogo¿. Porém, desta vez não para voltar a penetrar nos meandros mais impressionantes da perversão e do crime mas para criar uma emocionante diversão de pura manipulação e ilusão, dando, literalmente, substância ao conceito de thriller. Trata-se da história de um jogo que se joga enquanto se vive normalmente o quotidiano, gradativamente alterado por um pesadelo de incríveis e perturbadoras circunstâncias, aparentemente forjadas e com controlo de segurança, que levam o jogador a acreditar que está a ser alvo de uma brutal conspiração contra a sua vida e os seus bens. Fincher, provando ter aprendido a lição de mestre Hitchcock, cria um estado permanente de falsos culpados e falsas ocorrências ao longo de um filme que é um sofisticado gozo de incertezas, suspeitas e surpresas e uma kafkiana manipulação de personagens, factos e pormenores. Com Michael Douglas no protagonista, um belo e irresistível espectáculo de pura inquietação cinematográfica.