Jogos de Prazer

O filme que impôs Paul Thomas Anderson é um espantoso retrato do mundo do cinema pornográfico, em tom de estudo sociológico semidocumental de fortíssima carga dramática

Nos anos 70, Jack Horner, é um dos mais aclamados realizadores de filmes pornográficos da zona de S. Fernando Valley. Uma noite, numa discoteca descobre o jovem Eddie Adams que julga poder transformar numa vedeta dos filmes pornográficos, desde logo, devido aos seus excecionais atributos naturais. Eddie aceita o convite de Horner, muda o seu nome para Dirk Diggler e torna-se numa vedeta do cinema para adultos. Mas o universo da pornografia é implacável e Eddie vai ser manipulado, dominado e esquecido, à medida que vai caindo na degradação da droga, da solidão e da angústia.

"Boogie Nights: Jogos de Prazer", escrito e realizado pelo precoce Paul Thomas Anderson de apenas 27 anos de idade, é um espantoso retrato do Mundo do cinema pornográfico. Centrando-se na história de um jovem californiano, cheio de sonhos e melhores atributos físicos para se tornar numa vedeta do ¿hard core¿ ou num prisioneiro do seu destino anatómico, Anderson cruza várias histórias, de outras tantas personagens, num universo implacável, onde todos os vícios e virtudes se confundem numa amoralidade exibicionista que esconde muitos dramas pessoais. Anderson com ironia, humor e sensibilidade constrói uma vasta tapeçaria de emoções e desilusões, sonhos e pesadelos, no universo muito particular da pornografia entre meados dos anos 70 e o início dos anos 80, que filma quase como se se tratasse de um estudo sociológico ou de um semidocumentário de fortíssima carga dramática. Tudo isto, servido por um vasto e prestigiado elenco, onde se contam os nomes de Mark Wahlberg, Julianne Moore, Philip Baker Hall, Heather Graham e Burt Reynolds, este último num dos papéis mais notáveis de toda a sua carreira.