Fernanda Botelho (180º)

Fernanda Botelho, uma das escritoras mais vanguardistas dos anos 50

Fernanda Botelho (1926-2007) foi uma das escritoras mais vanguardistas dos anos 50.
Temas que até então nunca tinham sido abordados de forma tão direta e sem preconceitos, como o adultério feminino e ménages a trois, passaram a fazer parte da literatura feita por uma mulher. Sem ter tido um papel activo nas ruas, Fernanda Botelho foi uma das escritoras portuguesas que mais contribuiu para a emancipação da mulher. Com uma escrita ´geométrica´ e recorrendo a muitos truques do género policial, os seus romances são ainda hoje um caso exemplar de construção narrativa.
Fernanda Botelho nasceu no Porto em 1926 no seio de uma família aristocrática mas o caminho que ela iria traçar não se coaduna em nada com o sentido de austeridade que lhe era imposto pelos laços familiares. Quando chegou à idade da Faculdade quis entrar para Direito mas a mãe não lho permitiu. Por isso, foi para um ´curso de mulheres´ em Coimbra. Depressa se apercebeu de que o meio coimbrão era demasiado conservador. Por isso, fala da chegada a Lisboa como, a sua libertação.
Livre de preconceitos, Fernanda Botelho inicia o trajeto que a levaria ao mundo das letras e dos livros. Conhece David Mourão-Ferreira que a ajuda a encontrar o caminho que ela já intuía ser o seu desde criança. Estreia-se com poesia na Távola Redonda mas era na ficção que ela queria singrar. O percurso de romancista de Fernanda Botelho começa em 1957 com o ´Ângulo Raso´. Seguiram-se-lhe mais 14 obras literárias.