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Estética, Propaganda e Utopia no Portugal do 25 de Abril

Estética, Propaganda e Utopia no Portugal do 25 de Abril

Géneros

  • Documentários

Informação Adicional

O 25 de abril fará da propaganda uma desenfreada exaltação, da estética um laboratório e da utopia uma excitação

Após o 25 de Abril de 1974, a Estética e Propaganda mais significativa está ligada aos suportes Políticos de produção rápida e na maioria das vezes de baixo orçamento como o caso dos murais políticos que preencheram as paredes de todo o Portugal. É principalmente através do uso do suporte cartaz que nos surgem alguns dos trabalhos mais relevantes desse período.
A tradição cartazista, que é transversal ao design português do século XX (foi pela mão do Fred Kradolfer que entraram em Portugal), vai encontrar no contexto do PREC e nos anos que se lhe seguem um momento de crescente Criação, sobretudo via cartaz político (onde se destacam Marcelino Vespeira, Rogério Ribeiro, João Albel Manta, Charters de Almeida, Augusto Cid, Mário Correia e Robin Fior), mas também através dos mecanismos culturais, públicos ou privados (em especial A ALTERNATIVA ZERO de Ernesto de Castro e de alguns projetos de edição própria onde se destacam as descolagens de Ana Hatherly. Com um uso mais intencional da tipografia ou da ilustração, abrem novas possibilidades, a exploração e experimentação de linguagens... um certo contexto de vanguarda português.
Por outro lado surgem os cartoonistas, Cid, Sam, João Abel Manta e Vilhena. Os projetos orientam-se num mesmo sentido: festivo, provocatório e utopicamente dialogante com todos os cidadãos.
Aparecem as ações performativas dos grupos Acre (Clara Menéres, Alfredo Ribeiro e Lima de Carvalho) e Puzzle (Albuquerque Mendes, Carlos Carreira, Dario Alves, Gerardo Burmester, Graça Morais, João Dixo, Jaime Silva e Pedro Rocha). Trazer a arte e o design para a rua não foi, contudo, iniciativa apenas de artistas e designers, foi, sobretudo, um processo que mobilizou autores anónimos, que encheram os muros e paredes com inscrições, pinturas morais e grafitis a utilizaram democraticamente os materiais impressos, sobretudo cartazes e panfletos, tornando as ruas num meio, vivo e dinâmico, por vezes caótico, de comunicação. Culminam num diálogo entre as diferentes vanguardas, na "Alternativa Zero", "Tendências Polémicas da Arte Portuguesa Contemporânea" concebida por Ernesto de Sousa.
Aparecem novos jornais, como a Luta, o Jornal, o Jornal Novo, O Diabo, A Rua, o Avante, o Povo Livre, etc, a par da Seara Nova, da revista Opção, do Expresso, Capital, DN, Diário Popular, O Retornado, Tal e Qual, surgem também as revistas humorísticas, Gaiola Aberta.

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Ficha Técnica

Título Original
Estética, Propaganda e Utopia no Portugal do 25 de Abril
Realização
Paulo Seabra
Produção
Galeria Zé dos Bois
Autoria
Paulo Seabra
Ano
2014
Duração
50 minutos