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Primeira longa-metragem da cineasta portuguesa Cláudia Tomaz, vencedora do Prémio de Melhor Filme da Semana da Crítica no Festival de Veneza

A história de um casal de toxicodependentes que vive de pequenos esquemas. As suas vidas, os seus tempos, os seus espaços são traçados pela dependência da heroína. Teresa está frágil e doente e João prostitui-se para sustentar o vício dos dois. Os intérpretes são João Pereira, descoberto no centro de metadona do Casal Ventoso, que se representa a si próprio, e Cláudia Tomaz, a realizadora, que assume a personagem de Teresa.
Filmam-se rostos e corpos e estes não podem mentir por isso os papéis principais (e muitos dos secundários) são desempenhados por toxicodependentes, que contracenam com atores como Isabel Ruth e Ana Bustorff.

Lisboa, ano 2000. João (João Pereira), um homem já perto dos 30 com os olhos vazios e o corpo roído pelas drogas e pela vida, vive da prostituição. O pouco que tinha deixou-o para trás para andar por aí, sem nunca procurar nada de especial. Antes trabalhava nos cafés ou nas obras, mas o vício tornou-o amargo e é preciso ganhar mais dinheiro e mais depressa.
Teresa (Cláudia Tomaz) acompanha-o há mais de três anos. Sem sonhos nem ambições, cedo deixou a casa dos pais. Com uma natureza sombria, é levada por um instinto suicida que a fez perder o amor-próprio. Agora está doente e deixa-se andar, suja e desprotegida. Devia fazer tratamentos no hospital, mas tanto lhe faz. Teresa e João acompanham-se neste processo repetitivo e cansado. Em casa ou na rua, os objetivos são poucos e muitos definidos.
Entre João e Teresa subsiste a ternura, a amizade, e a vaga esperança de que o dia de amanhã possa ser melhor.
Primeira longa metragem da realizadora, foi filmada sem financiamentos e com uma pequena câmara digital, tendo a realizadora recorrido para esta ficção a personagens reais, em situações reais, e a atores profissionais, em situações encenadas.