Aristides de Sousa Mendes homenageado num musical
A história de Aristides de Sousa Mendes através da representação e da música. Uma história de esperança no meio da tempestade nazi.
Junho de 1940. As tropas nazis invadem Paris. Milhares de refugiados fogem para o sul de França, na tentativa desesperada de sobreviver, abandonando o continente europeu, através da Península Ibérica.
Em Bordéus, onde Aristides de Sousa Mendes é Cônsul Geral de Portugal, a população aumenta rapidamente de 300 mil para cerca de 700 mil habitantes. Milhares de judeus e refugiados amontoam-se à porta do Consulado Português, em busca de um visto de trânsito para Portugal. Impedido pela Circular 14 de acudir a toda essa gente aflita, Aristides enfrenta um dilema: respeitar a Lei dos homens e seguir as regras do Governo do seu país ou respeitar a Lei de Deus e seguir as regras do amor cristão. Aristides escolhe Deus e desobedece a Salazar. Perante a tragédia nazi, Aristides atua. E Salazar... também. Para si, as consequências dessa desobediência viriam a ser drásticas. Para a Humanidade, contudo, a desobediência de Aristides foi um oásis de esperança num deserto de desespero, uma jangada de Paz na tempestade nazi. Para a Humanidade, a desobediência de Aristides foi o dia seguinte. Todos os dias seguintes. E o Futuro... O Futuro sobreviveu!
"Aristides - O Musical", tem como objetivo mostrar ao público nacional a história de Aristides de Sousa Mendes, através da representação e da música. Este espetáculo retrata essencialmente os nove dias fulcrais de junho de 1940 que estiveram na origem do dilema de Aristides de Sousa Mendes, quando se viu confrontado com a tragédia humana nas ruas de Bordéus que o levou ao gesto humanista de libertação de milhares de refugiados em fuga desesperada da perseguição nazi, através da concessão de vistos de trânsito para Portugal. Nesse sentido, pretende-se abordar o confronto entre Salazar e Aristides, bem como entre os ideais nacionais e político-estratégicos de um e os valores humanistas e morais do outro, e ainda, entre a realidade portuguesa colonialista e a realidade europeia perseguida e subjugada, replicando o contraste entre a Exposição Universal do Mundo Português inaugurada em Junho de 1940 e o desespero dos refugiados nas ruas Bordéus durante os mesmos dias.
Personagens e intérpretes:
Aristides de Sousa Mendes: Ruben Madureira
António de Oliveira Salazar: José Lobo
Rabi Kruger: Carlos Martins
Angelina de Sousa Mendes: Joana Leal
José Seabra: Hugo Naptista
Andrée Cibial: Sissi Martins
Elsje Angelmayer : Manuela Maria
Saoul Angelmayer : Diogo Martins
Pedro Nuno : Rafael Pina
Capitão Lourenço: Rui Marques
Isabel de Sousa Mendes: Márcia Borges
Conceção, direção artística e encenação: António Leal