Ikea, O Caçador de Árvores

A expansão discreta de um predador florestal

A cada 5 segundos, é vendida uma estante BILLY. Mas, os números surpreendentes da marca de mobiliário sueca têm um custo: baseiam-se na exploração intensiva da madeira e do trabalho humano. Uma investigação única acompanhou durante mais de um ano a cadeia de produção da gigante do mobiliário que gerou uma receita de 44,6 mil milhões de euros em 2022 e atrai mais de 5 mil milhões de visitantes às suas lojas e website todos os anos. Uma marca acessível a todos, mas a que preço para o nosso planeta?
Líder mundial na produção de mobiliário, a IKEA devora uma árvore a cada dois segundos, 20 milhões de metros cúbicos de madeira todos os anos. Para renovar o seu stock de madeira, a empresa compra milhares de hectares de terra em todo o mundo e coloca ecossistemas em risco. A IKEA tornou-se um ogre das florestas que consome enormes quantidades de madeira. Das florestas boreais da Suécia, às plantações brasileiras e às costas da Nova Zelândia, descobrimos como a IKEA explora intensamente a madeira em todo o mundo, alimenta o comércio ilegal deste recurso e ameaça as últimas florestas mais preciosas da Europa.
Há muito silenciada, a exploração intensiva da madeira está agora a provocar indignação entre os cidadãos da Polónia e dos países bálticos, que estão cada vez mais preocupados com o destino das áreas florestais públicas dos seus países e com a perda de biodiversidade. Na Roménia, onde a IKEA possui 50.000 hectares de florestas, os ativistas estão a mobilizar-se contra a máfia madeireira. Numa altura em que as florestas estão cada vez mais ameaçadas, o documentário revela a expansão discreta de um predador florestal, que se debate com os limites dos recursos do planeta. Um recurso que está no centro do combate às alterações climáticas.