Um filme de Edgar Pêra pleno de pertinentes interrogações, construido com o seu particular estilo narrativo.
As interrogações começam por ser subjetivas. O que oiço quando falam comigo? O que penso quando oiço? O que vejo quando imagino? Quantos Egos vivem dentro de nós? Depois as questões são mais específicas. O fado influencia a vida dos bicaenses? Como pode um fadista amar sete mulheres diferentes sem ficar esquizofrénico? Ou sem elas ficarem esquizofrénicas? Onde se escondeu o António? Por fim, descobrimos que a janela não é a paisagem.
Edgar Pêra é um dos mais sui generis cineastas portugueses da nova geração. Os seus temas, a sua cadência narrativa, as suas atmosferas visuais ou a sua particular "mise en scène" são disso exemplo inequívoco. "A Janela não é paisagem" continua a confirmar Pêra como um autor muito particular no panorama cinematográfico português.