O maior sucesso da carreira de Jane Campion, Premiado em Cannes e pela Academia de Hollywood, é uma espantosa história de amor e sedução.
Nos finais do século XIX Ada McGrath chega à Nova Zelândia na companhia da sua filha Flora, de dez anos, e do seu magnífico piano. Ada é muda e comunica com o Mundo através da filha, que interpreta a sua linguagem de sinais e, sobretudo, através do piano. Vem ao encontro de Alistair Stewart, um proprietário local com quem casou por correspondência, e que decide abandonar o piano na praia onde Ada desembarcou devido às dificuldades de o transportar até casa. George Baines, um antigo marinheiro que vive sozinho, compra o piano a Alistair e instala-o em sua casa, Ada está decidida a recuperar o instrumento e Baines propõe-lhe um estranho e fascinante negócio: irá trocar o piano, através das suas 88 teclas, contra a boa vontade de Ada em satisfazer as suas fantasias sexuais. Entre os dois estabelece-se uma envolvente e forte relação sexual e emocional que vai levar o marido dela a tomar atitudes violentas e radicais, acabando por perder a mulher e o piano para Baines.
“O Piano” é uma das mais notáveis realizações da cineasta neo-zelandesa Jane Campion que em 1993 foi a primeira mulher a conquistar uma Palma de Ouro em Cannes. “O Piano” valeu ainda a Campion o Oscar da Academia de Hollywood para o Melhor Argumento Original bem como o Prémio de Melhor Interprete em Cannes e Oscar de Melhor Actriz para Holly Hunter, e ainda o Oscar da Melhor Actriz Secundária para a pequena e talentosa Anna Paquin. Trata-se de um fascinante e magnético melodrama romântico sobre o clássico triângulo amoroso, mulher, marido e amante, na Nova Zelândia do século XIX, que Campion transforma numa espantosa e surpreendente história de amor, sedução e fantasia. Tudo isto filmado com um deslumbrante virtuosismo plástico, ao som da portentosa música de Michel Nyman, onde para além de Holly Hunter e Anna Paquin vale a pena destacar as duas magníficas interpretações de Harvey Keitel e Sam Neill.