Entrevista de Rosário Lira (Antena1) e Catarina Pereira de Almeida (Jornal de Negócios).
Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o secretário geral da UGT defende que a UGT está disponível para aceitar um valor de salário mínimo para 2017 inferior ao que propõe, 565 euros, e até abaixo dos 557 que o governo sugere se, em sede de concertação social, os parceiros aceitaram fazer um acordo a médio prazo que desbloqueie a contratação coletiva e as portarias de extensão e que garanta que a caducidade não é invocada a todo o tempo.
SMN de 600 euros
Consciente que os patrões precisam de uma moeda de troca para aceitarem alterações à legislação laboral, a UGT sugere que não seja fixado anualmente um valor para o salário mínimo, mas sim um teto máximo de 600 euros no final da legislatura. Esta situação permitiria aos patrões fazerem anualmente os aumentos que entendessem, a começar já em 2017, até alcançarem em 2019 o valor dos 600 euros definido pelo Governo.
CGTP
Carlos Silva não considera viável para as empresas aumentar o salário mínimo no início de 2017 para os 600 euros, como a CGTP pretende, mas simultâneamente acredita que a central sindical liderada por Arménio Carlos está "mais moderada" e, por isso, é possível que venha a assinar um acordo de concertação social.
IMI
Em sede de concertação, a UGT está disponível para aceitar que a adicional ao IMI, não seja aplicada a património de certos serviços ligados à produção de bens e serviços, tal como a Confederação do Comercio reclama.
Carreiras
Sem aumentos salariais para o próximo ano, a UGT não vai desistir de reivindicar o descongelamento das carreiras. Carlos Silva entende que é possível fazer uma revisão dos escalões remuneratórios e desbloquear as carreiras profissionais em determinados setores e de forma progressiva.
Diálogo
O secretário Geral da UGT adianta que, neste momento, o Governo tem a Administração Pública "em pé de guerra" porque o diálogo não tem tido consequências…
Subsídio
Os 25 cêntimos de aumento para o subsídio de refeição são vistos como "uma humilhação".
Negociações
Carlos Silva considera que a abertura de negociações para os aumentos salariais na função pública, em 2018, tem de começar no início de 2017. Para o secretário geral da UGT "seria um ambiente muito favorável".
Cativações
Carlos Silva manifesta-se preocupado com o estado de degradação a que chegaram alguns serviços da Administração Pública. Contesta as cativações e teme que cheguem mesmo aos salários. O governo, considera, "vai ter de encontrar uma alternativa".