Foto: Antena 1
O antigo presidente do Tribunal de Contas considera que o Orçamento do Estado para 2016 não é ideal mas “o possível”. Guilherme d'Oliveira Martins destaca que o documento foi negociado em “vários tabuleiros políticos” e na frente europeia.
Nesse sentido, o atual administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian argumenta que a proposta de Orçamento do Estado para 2016 cumpre os objetivos e por isso obteve luz verde de Bruxelas, apesar dos riscos de desequilíbrio provocados pela procura interna.
Para conseguir o equilíbrio orçamental será preciso um afinamento constante. “É um orçamento heterogéneo que vai ter de ser permanentemente ajustado” na sua execução, considera o antigo ministro das Finanças.
Sobre a instabilidade financeira, Oliveira Martins lembra que os mercados “são necessariamente nervosos”, mas considera que os sinais deixados pelas instituições europeias são positivos, até porque Portugal “não está a inverter o caminho” e continua a cumprir os compromissos internacionais.
Compromissos com a direita
Guilherme d’Oliveira Martins substitui a palavra austeridade por sobriedade para defender que é preciso garantir uma permanente adequação entre os recursos e os objectivos. Considera que a proposta de Orçamento do Estado para 2016 tem “a sobriedade mínima e necessária”, dentro dos parâmetros europeus.
Mas o ajustamento necessário à economia só será possível com o envolvimento de todos, à direita e à esquerda. Para o ex-ministro, o atual momento é de “grande exigência no que se refere à procura de compromissos”. Mas ressalva que o Governo atual, apoiado pelos partidos à esquerda constitui “uma geometria variável que está a funcionar”.