Empresas portuguesas desenvolvem aplicações para hotéis

por Christopher Marques, RTP
Pedro A. Pina, RTP

O investimento em turismo é sinónimo de destinos, viagens e paladares. Mas também de tecnologia. Propostas que pretendem motivar pequenas revoluções na forma como se reservam estadias, promovem serviços e se descobrem os encantos de cada terra. Cada vez mais, o turismo quer conquistar um lugar de destaque nos ecrãs dos nossos telemóveis.

Chegaram, afirmaram-se e conquistaram. Os smartphones tornaram-se um gadget obrigatório no bolso da maioria dos portugueses. Com eles multiplicaram-se as aplicações. Depois das apps de saúde, de jogos, notícias e companhias aéreas, é a vez das instalações hoteleiras se juntarem ao fenómeno.

“A aplicação acaba por ser um concierge”, explica João Gonçalves, responsável de vendas da GuestU. Uma aplicação móvel que a empresa propõe a hotéis, hostels, guest houses e apartamentos e que pretende aproximar os turistas das equipas das instalações hoteleiras.A GuestU é uma empresa portuguesa que emprega atualmente 15 pessoas. Já tem cerca de 200 clientes, número que querem ver crescer a breve prazo. Não quantificam objetivos mas garantem que são ambiciosos.

“Queremos ser um dos maiores app providers para este setor no mundo inteiro”, garante João Gonçalves.


“Visto que não é possível o staff do hotel acompanhar todos os hóspedes, a aplicação acaba por ser um complemento e uma aposta na melhoria da estadia dos próprios hóspedes”, defende o promotor, que apresentou o serviço na BTL, a Feira Internacional de Turismo de Lisboa.

A aplicação permite que os clientes façam reservas ou tenham acesso aos serviços do hotel. Também lhes apresenta possíveis rotas turísticas nas proximidades e eventos a ocorrer.

As aplicações para cada instituição são construídas a partir de uma app com layout e conteúdos base. Estes são depois personalizados e dão origem à aplicação da empresa que fica disponível para sistemas Android e para os produtos da Apple. Uma ferramenta que depois pode ser utilizada para aproximar as instalações hoteleiras dos seus clientes, tal como a aplicação concorrente Guestly.



“Temos alguns hotéis que nos dizem que só veem o hóspede no momento do check-in e que depois estes desaparecem e que quase deixam de poder contactar com eles”, explica Paulo Belo, diretor-geral da Proinov. Esta é uma empresa de consultoria que oferece formações e que acaba de lançar uma aplicação destinada à hotelaria. A ProInov já trabalha no desenvolvimento de aplicações há algum tempo. É responsável pela aplicação da BTL e da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.

A empresa, que também se dedica à formação profissional, tem sede na Madeira e uma filial no Pólo Tecnológico de Lisboa.


“Esta ferramenta permite criar valor quer para o hotel como para o hóspede. O hóspede fica com mais informação sobre os serviços do hotel e da região e fica mais fácil a interação com a equipa do hotel”, continua o responsável.

Ao aceder à aplicação, o cliente fica com informação sobre os eventos dos hotéis, serviços que oferece, contactos e mecanismos de reserva. As versões mais avançadas da aplicação oferecem ainda a possibilidade de fazer reservas no restaurante, pedir o pequeno-almoço no quarto, preparar o check-in e apresentar promoções especiais aos hóspedes.

A aplicação é compatível em multiplataforma, incluindo, no caso dos pacotes mais avançados, os recentes smartwatches.
Investir no marketing

As duas empresas oferecem o serviço com uma licença que pode ser mensal, trimestral ou anual. Um modelo de negócio que evita grandes investimentos em tecnologias que, no futuro, se poderão tornar obsoletas.

“Normalmente, desenvolver uma aplicação deste género é algo que pode representar um custo muito elevado”, o que poderia ser um entrave ao investimento, explica João Gonçalves. O responsável de vendas da GuestU indica que uma aplicação de raíz e à medida da empresa pode ter um custo superior a 25 mil euros. O serviço que propõe tem um custo que ronda os 80 euros por mês.



Razões que fazem com que, para João Gonçalves, faça todo o sentido as empresas investirem neste tipo de serviço.

“Faz todo o sentido porque, desde já, estamos a evoluir para um mercado mobile”, explica, considerando que uma aplicação permite ser um fator de diferenciação num mercado onde a concorrência é cada vez maior.

É ainda uma ferramenta de marketing, uma vez que permite o envio de mensagens diretamente para todos os que instalaram a aplicação.
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