Negociações para a venda do Novo Banco sem acordo

por RTP
Hugo Correia, Reuters

O Banco de Portugal acaba de anunciar que terminou sem acordo o período de negociação com o potencial comprador do Novo Banco.

O Banco de Portugal acaba de informar "que terminou ontem [sefunda-feira] o período de negociação com o potencial comprador que havia sido selecionado para a Fase IV do procedimento relativo à alienação do Novo Banco".

"Por não ter sido alcançado um acordo, o Banco de Portugal decidiu hoje terminar aquelas negociações e convidar para negociações, no âmbito da Fase IV, o potencial comprador que apresentou, na fase anterior, a proposta qualificada em segundo lugar", indica o regulador em comunicado enviado às redações.

O Banco de Portugal explica que há ainda uma terceira proposta em cima da mesa, sem nunca mencionar os nomes dos candidatos à compra do Novo Banco. A imprensa tem noticiado que era a seguradora chinesa Anbang que estava a negociar em exclusivo com o Banco de Portugal nesta quarta fase do processo de venda do Novo Banco.
Primeiro a Anbang
A quarta fase de negociações de venda do Novo Banco iniciou-se a 19 de agosto, correspondendo à negociação individual com a Anbang, que tinha apresentado a melhor proposta na fase anterior.

Agora, o Banco de Portugal vai "convidar para negociações" a proposta qualificada em segundo lugar que, segundo a imprensa, é a do fundo norte-americano Apollo.
 A terceira proposta pertencerá aos chineses da Fosun.

No sábado, o primeiro-ministro foi questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de a venda do Novo Banco poder representar um prejuízo mais elevado do que as previsões iniciais.

Em resposta, Pedro Passos Coelho disse que o resultado da negociação da venda do Novo Banco será "o melhor que o Banco de Portugal conseguir alcançar", reafirmando a confiança em Carlos Costa, governador, e naquela instituição, revendo-se na estratégia adotada pelo regulador.
Resolução do BES aconteceu há um ano

O Banco Espírito Santo (BES), tal como era conhecido, acabou a 3 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.

Novo Banco acaba de divulgar prejuízos de 251,9 milhões de euros no primeiro semestre.O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num 'banco bom', denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos, no BES, o 'banco mau' ('bad bank'), que ficou sem licença bancária.

Na segunda-feira, o Novo Banco divulgou que registou prejuízos de 251,9 milhões de euros no primeiro semestre, mas excluindo fatores de natureza não recorrente, o resultado foi negativo em 188,9 milhões de euros.

Entre os fatores de natureza não recorrente está a imparidade relativa à Pharol SGPS/Oi, no montante de 55,4 milhões de euros, a reavaliação de passivos, de 59,4 milhões de euros, as provisões para outros ativos e contingências, de 59,4 milhões de euros negativos, e os custos com reformas antecipadas e indemnizações, de 7,6 milhões de euros.

(c/ Lusa)
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