Elisa Ferreira (PS) diz que há "maioria absoluta" no país contra o Governo

por Lusa

Vila Nova de Gaia, Porto, 01 out (Lusa) - A eurodeputada socialista Elisa Ferreira disse hoje sentir que existe uma "maioria absoluta" no país contra o Governo PSD/CDS-PP, mas sublinhou que apenas o voto no PS, e não em "partidos da crítica", levará à mudança do executivo.

"Apesar de todas as técnicas de marketing e sondagens, a verdade é que há uma maioria absoluta em Portugal indiscutível contra este governo, contra a dupla Passos e Portas", declarou a eurodeputada do PS, que falava em Vila Nova de Gaia num almoço com personalidades do distrito do Porto.

A maioria dos portugueses, insistiu Elisa Ferreira, "é completamente contra" o Governo e a maioria dos cidadãos "ressente-se desta austeridade absurda".

"O programa [de PSD e CDS-PP] é continuar. Mas continuar até onde?", interrogou.

Nesta fase, a "única questão" é perceber se a "desilusão, tristeza e crítica profunda" levará à concentração de votos no PS ou se os mesmos serão distribuídos por outras forças políticas.

A eurodeputada chamou ainda a atenção para o "desaparecimento" da classe média em Portugal, uma classe que vive "apertada entre impostos, dívida, pessoas de idade que não têm apoio e desemprego".

"Quem pode ter filhos quando a vida se reparte entre precariedade, desemprego e emigração?", questionou, advertindo também para os "alívios conjunturais e pré-eleitorais" anunciados pelo Governo.

E continuou: "A receita que é imposta é a receita única precisamente para não ser questionada. A agenda é de austeridade sem limites, mas para quem? Para as pequenas e médias-empresas (PME) e para os trabalhadores" e não para as "grandes fortunas e os grandes operadores financeiros", declarou.

A primeira intervenção da tarde coube ao presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues (PS), que se mostrou "muito confiante" no papel que António Costa terá "a partir de segunda-feira", o de primeiro-ministro.

"Queremos um país melhor e mais coeso", prosseguiu o autarca, que advogou que Portugal "não se pode dar ao luxo de repetir um novo ciclo de quatro anos em que os problemas" do país se agudizam.

E prosseguiu: "O PS quando olha para o mundo social interpela as instituições, os nossos destinatários, questiona, dialoga com eles, e a seguir engendra as políticas a partir de realidades concretas".

Eduardo Vítor Rodrigues usou ainda a sua experiência na corrida à autarquia de Gaia para desvalorizar as sondagens e lembrar o grupo de cidadãos a que chama de "invisíveis" e que nos "processos amostrais não estão a ser tratados".

O PS, concluiu, garantirá o regresso de um "governo credível" que voltará a "falar verdade" e a retomar Portugal como "um país coeso e democrático".

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