Líderes do PSD, CDS e PS reunidos para debater viabilidade de Governo

por Cristina Sambado - RTP
Participam no encontro três dirigentes sociais-democratas, três centristas e cinco dirigentes socialistas Mário Cruz - Lusa

A reunião entre Passos Coelho, Paulo Portas e António Costa terminou ao fim de quase três horas. À saída, o líder socialista afirmou que “foi uma reunião altamente inconclusiva” e que “em princípio na terça-feira se voltam a reunir”. Por seu lado Passos Coelho afirmou que tanto o PSD como o CDS "mostram abertura" para novas propostas de entendimento.

No final do encontro de três horas, o secretário-geral dos socialistas afirmou aos jornalistas que "a reunião foi altamente inconclusiva" e que um novo encontro ficou marcado para terça-feira.

António Costa afirma que os partidos da coligação não apresentaram qualquer proposta croncreta.

“Foi uma reunião bastante inconclusiva, tínhamos a expetativa que sendo o PSD previsivelmente o maior partido parlamentar, e cabendo-lhe o ónus de criar condições de governabilidade, nos tivessem sido explicitadas e apresentadas as condições de governabilidade que a Coligação entente que deveriam ser criadas”, afirmou António Costa à saída da reunião.

Para o líder socialista, “foi uma reunião onde não foi possível trabalhar profundamente sobre qualquer proposta que nos foi apresentada. Esta previsto que nos próximos dias essa proposta seja apresentada e que na próxima terça-feira possamos voltar a encontrar-nos para poder discutir uma proposta que nos seja apresentada pela coligação Portugal à Frente".

"Na anterior legislatura, não havendo hábito de processos de conversações entre partidos - e não tendo sido praticado pelo Governo o hábito de diálogo regular com as oposições -, é natural que houvesse agora maior dificuldade em acertar. Tendo em conta que não havia qualquer proposta concreta, foi necessário definir um método de trabalho", frisou.

Segundo António Costa, “com o PCP foi mais fácil, porque havia matéria concreta que foi posta em cima da mesa e sobre a qual foi possível discutir e definir um método de trabalho mais concreto. Nesta, vamos ter de aguardar pelo início da próxima semana para podermos ter uma proposta que seja suscetível de apreciação por parte do PS".

“Vamos aguardar pelo início da próxima semana para podermos ter uma proposta que seja suscetível de apreciação por parte do PS”, acrescentou.
Coligação mostra abertura
Por seu lado Passos Coelho afirmou que tanto o PSD como o CDS "mostram abertura" para novas propostas de entendimento".

“Estamos inteiramente recetivos a discutir e a analisar qualquer proposta que o Partido Socialista entenda importante apresentar. Julgamos que é assim que deve ser”, frisou Passos Coelho.

Para o líder social-democrata, “deve ser o PS a apresentar as propostas que consideram mais importantes”.

“O facto de o Partido Socialista não ter apresentado nenhuma proposta para discutir connosco não deveria conduzir a um impasse. E portanto apresentámos a sugestão de fazer uma segunda reunião”.

"Marcamos uma nova reunião para terça-feira da próxima semana na qual faremos um programa mais atravido com propostas que pensamos poderão ir ao encontro do Partido Socialista", revelou ainda Passos Coelho.

"As únicas condições que estabelecemos para este diálogo parecem relativamente de entendimento comum" são o respeito "das regras e condições que se impõem a Portugal enquanto Estado membro da União Europeia", o que não deve ser "obstáculo na medida em que o PS também nos manifestou estar comprometido com a nossa filiação europeia ", disse ainda o primeiro-ministro cessante.

"Não excluímos nehuma solução que eles entendam colocar-nos", garantiu Passos em relação aos socialistas.

"Não se trata de um jogo de empurra", sublinhou Passos Coelho aos jornalistas na sede do PSD, lembrando que foi a Coligação quem ganhou as eleições e não os socialistas, pelo que é a estes que compete fazer propostas.

"Estamos disponíveis para discutir as propostas que nos queiram fazer mas é muito difícil dizer que aceitamos todas", acresentou Passos.
Costa vai ser recebido em Belém
Depois de se ter reunido, na quarta-feira, com Jerónimo de Sousa, António Costa vai reunir-se ainda hoje com os Verdes e na segunda-feira com o Bloco de Esquerda. Também na segunda-feira, o líder socialista é recebido às 16h00 pelo Presidente da República, no Palácio de Belém.

No final do encontro com o secretário-geral do PCP, o líder socialista assumiu que há divergências entre os dois partidos e que estas são conhecidas, mas coloca o ênfase no que aproxima as duas forças políticas

Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou que a nova arrumação de forças da Assembleia da República "uma nova realidade que deve conduzir a outras soluções governativas".
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