Governo de gestão ou governo de "convergência tática" desagradam a João Salgueiro

por Antena 1

Foto: Antena 1

João Salgueiro deixa ficar o aviso de que Portugal está no "fio da navalha", não pode por tudo na linha de risco, precisa garantir que os mercados tenham confiança para serem cada vez mais autónomos.

Porque, admite que tem medo que "haja espíritos" que pensem, como já aconteceu no passado, que "uma vacina em Portugal para a Europa era muito boa". Ou seja, adianta que "se Portugal entrar num problema complicado isso não será mau para muito países".

A diferença, explica, é que no caso da Grécia "os EUA puseram a mão por baixo mas a nós os EUA não vão fazer isso".

Cavaco Silva já não tem tempo para exigir uma convergência estratégica mas, João Salgueiro admite que o Presidente da República possa exigir uma clarificação do acordo à esquerda para que não haja imprevistos até haver possibilidade de realizar eleições.
Pensar em função de objetivos

O economista considera que a vida do país não pode ser discutida entre ter mais ou menos austeridade. João Salgueiro acredita que é melhor vender o Novo Banco, mesmo que a um preço inferior, do que não vender, mas considera que será inevitável o Estado reforçar o fundo de resolução.

A vida do país, sustenta, deve ser pensada em função de objetivos. E esses objetivos só se conseguem com mais investimento produtivo.

O antigo ministro das Finanças, que esta semana reuniu com Cavaco, não compreende a estratégia do PS de fazer crescer a economia assente no consumo porque mais rendimento vai dar origem, isso sim, a mais importações.

João Salgueiro não se espanta com os resultados da execução orçamental piores do que o que estava previsto. Admite que não tenha existido manipulação relativamente à promessa de devolver a sobretaxa. Não considera que seja necessário um pedido de desculpas mas é preciso justificar o que aconteceu.
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