Duas explosões abalam praça de Istambul

por Graça Andrade Ramos - RTP
@Ezgi Basaram

Uma explosão deu-se perto do estádio do Besiktas, junto à praça Taksim, em Istambul, Turquia. As forças de segurança admitem pelo menos 13 mortos, sem especificarem identidades. Durante a primeira hora as autoridades reconheceram apenas 20 feridos entre agentes da polícia de choque.

Várias testemunhas referem ter ouvido duas explosões com cerca de 30 segundos de intervalo.

O ministério do Interior, Suleyman Soylu, confirmou de início apenas uma, de um carro bomba, sendo o alvo a polícia de choque. Duas horas depois, em conferência de imprensa, admitiu que se registaram duas deflagrações.

"De acordo com as nossas estimativas houve duas explosões", a primeira "muito próximo" do estádio do Besiktas e a segunda, que terá sido obra de um "bombista suicida", no parque próximo de Maska, afirmou o ministro, falando num "plano cruel".

Suleyman Soylu mencionou apenas 20 feridos, apesar das forças de segurança indicaram a existência de 13 mortos. Os feridos chegariam às quatro dezenas de acordo com as televisões que falavam também em 15 mortos.

O momento do atentado foi gravado e publicado na rede Twitter.
O ministro turco dos transportes, Ahmet Arslan, referiu-se à explosão como um "ataque terrorista" e desejou "rápida recuperação aos feridos" (tradução da agência Reuters).
O carro armadilhado explodiu duas horas depois do fim do encontro entre duas das principais equipas de futebol da Turquia, o Besiktas e o Bursaspor. Este já disse que os seus fãs estão todos bem.

Algumas testemunhas falam de um tiroteio perto do estádio.

As ruas em torno do estádio Arena Vodafone, sede do Besiktas - recente opositor do Benfica na Liga dos Campeões - foram encerradas pela polícia e um canhão de água extingiu as chamas dos destroços de um veículo. O alvo do atentado terá sido a polícia de choque, que tinha vigiado o jogo, com agentes a cada 10 metros e que tinha na zona vários autocarros. Na altura do ataque, preparavam-se para abandonar a zona.

Um fotógrafo da Reuters afirmou que muitos dos agentes da polícia de choque estavam feridos com gravidade.

"Foi um inferno. As chamas subiram ao céu. estava a beber chá no café ao pé da mesquita", disse Omer Yilmiz.

"As pessoas atiraram-se para debaixo das mesas, as mulheres começaram a chorar. Fãs de futebol que estavam a beber chá no café procuraram abrigo, foi horrível", afirmou Yilmiz à Reuters.

O socorro chegou em poucos minutos. Os 20 feridos serão agentes da polícia de choque e muitos estarão em estado grave. Mas fora do estádio poderiam estar ainda vários dos espectadores do jogo, a festejar o resultado nos cafés e bares da praça Taksim.
De acordo com a Agência Reuters imagens transmitidas pelas televisões mostram os restos calcinados de um veículo e dois incêndios separados na estrada fora do estádio.

O atentado não foi reivindicado de imediato mas as suspeitas poderão recair tanto na guerrilha do PKK - as brigadas curdas que há décadas combatem o domínio de Ancara - como no grupo extremista Estado Islâmico, a quem este sábado o exército turco e aliados capturaram al-Bab, o último bastião do grupo na província síria de Alepo.
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