Irritado com as críticas e apelos ao socorro a mais de 50 mil sírios amassados junto à fronteira turca de Oncupinar, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou deixar de reter milhares de pessoas no seu território, deixando-as seguir caminho até à Europa.
O Governo turco tem estado a ser criticado por não acolher milhares de sírios que fugiram nos últimos dez dias de uma operação militar governamental de grande envergadura, em Aleppo. Mais de 50 mil pessoas necessitam de abrigo, alimentação e socorro médico, que tem estado a ser providenciado por organizações humanitárias, mas em solo sírio.
O Chefe de Estado turco confirmou ainda rumores sobre ameaças que fez sobre o destino dos emigrantes em solo turco, durante uma conversa entre ele, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Erdogan ameaçou inundar os países europeus de emigrantes se o seu país não receber uma soma satisfatória para os manter no seu território.
"Estou orgulhoso de o ter dito. Nós temos defendido os direitos da Turquia e dos refugiados," disse Erdogan. "Dissemos-lhes: lamentamos, iremos abrir as portas e diremos adeusinho aos migrantes" revelou.
A 3 de fevereiro a União Europeia aprovou as modalidades de financiamento de um fundo de auxílio financeiro a Ancara, de três mil milhões de euros, destinados a ações de apoio aos 2,7 milhões de refugiados, em troca de ajuda turca na retenção do fluxo migratório. O acordo foi concluído em novembro passado.
