Um assassino cobarde

Um assassino cobarde, um machista homofóbico, um misógino violento, uma mente agitada. Fica claro que Omar Mateen, o atirador de Orlando que matou 49 pessas num clube noturno, foi desde a infância uma criança muito perturbada e violenta.

Na escola primária teve 32 processos disciplinares, o mesmo padrāo manteve-se durante a secundária onde espancava colegas e elogiava os terroristas do 11 de Setembro.

Explicaram-lhe que era melhor parar com a devoçāo terrorista. Nāo consegiu. Foi expulso.

Voltava sempre, escrevia cartas aos directores da escola, assumia o que tinha feito, dizia que tinha aprendido e refletido muito com o episódio e seguia em frente, sempre para acabar no mesmo sítio.

Queria um uniforme, queria ser polícia, mas foi desclassificado, falhou, meteram-o na rua.

Jurou a si próprio que iria vestir um uniforme de qualquer forma. Passou nos testes de uma empresa de segurança, nada que se compare com os de uma academica de polícia. Passou.

Os colegas de trabalho acusaram-no várias vezes e as queixas eram impressionantes: comentários de grande violência, dizia que estava pronto para matar determinado tipo de pessoas, falava das mulheres sem qualquer grau de respeito, insultava-as no ginásio e fazia comentários alto sobre a anatomia das senhoras que faziam exercício na sala. Um nível inqualificável.

Batia na primeira mulher com frequência, insinuava-se nas redes sociais com os nomes mais ordinários. Era vulgar, violento e brutal.

Gostaria que lhe chamassem Lobo Solitário mas foi um cobarde muito acompanhado, e foi notificado, interrogado, deu nas vistas e foi parar a uma lista do FBI. Os dois processos foram arquivados.

Aparentemente nāo gostava de homossexuais. Segundo o pai isso perturbava-o. Sobre isso as versões das testemunhas levantam mais interrogações que respostas. Já tinha confessado à primeia mulher, de quem se divorciou a pedido dela por agressāo, que frequentava muito bares gay antes do casamento.

Depois continuou a frequentar. Era há anos um cliente habitual de vários clubes do género.

A versāo segundo a qual odiava homossexuais, porque o Islāo proíbe - e ele era muito " macho" - está, pela informaçāo divulgada, comprometida.

Omar Mateen deixou este rasto: "A lei nāo permite mandar para a cadeia ninguém sem provas de que vá cometer um crime", explicou o director do FBI aqui em Washington quando questionado sobre os processos arquivados contra Mateen. Processos que apontavam para conexões terroristas.

Um coisa pelo menos nāo aconteceu nos EUA no caso Omar Mateen. Os comentadores e especialistas pouparam as audiências à "tipica análise europeia" politicamente muito correcta, segundo a qual estes terroristas matam porque sāo vítimas de um processo falhado de integraçāo.

Mateen era americano, vivia num apartamento extraordinário rodeado por um jardim e um lago na Florida, tinha emprego e uma vida confortável.

A América rececebeu os pais há trinta anos como refugiados do Afeganistāo. Financiou-os, integrou-os. Este país deu-lhes tudo.

pub