Costa diz que Pontal mostrou esgotamento de coligação que dividiu portugueses

por Lusa

Lisboa, 17 ago (Lusa) - O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje que os discursos da coligação PSD/CDS-PP no Pontal foram "mais uma demonstração de que a direita está esgotada", e devolveu a Paulo Portas as acusações de divisão dos portugueses.

"É mais uma demonstração de que a direita está esgotada. A direita fala sobre o passado, a direita ataca, mas não diz nada sobre o futuro. E não diz nada sobre o futuro por duas razões: porque não é capaz de fazer diferente, e, em segundo lugar, porque quer dar continuidade a um programa escondido", afirmou António Costa quando questionado sobre os discursos do comício do Pontal, a `rentrée` do PSD, que este ano contou com a participação do parceiro de coligação, o CDS-PP.

Confrontado com as acusações do presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, de que os socialistas vão colocar os portugueses uns contra os outros, António Costa disse que o Governo da maioria fez precisamente isso durante os últimos quatro anos.

"Eu ouvi o doutor Paulo Portas, mas julguei que ele estava a ver-se ao espelho. Quem é que dividiu os portugueses entre aqueles que são funcionários públicos e aqueles que são funcionários do setor privado? Quem é que dividiu gerações, pondo cada um de nós a escolher entre o futuro dos nossos filhos e o presente dos nossos pais?", questionou.

"Quem é que andou a dividir os portugueses sistematicamente ao longo destes últimos quatro anos? Foi a direita. Nós precisamos de unir os portugueses, mas unir os portugueses implica virar a página, e não continuar a aprofundar estas divisões", argumentou.

António Costa referiu-se ao que designa de "programa escondido" que diz que a coligação Portugal à Frente tem para o país.

"Todos nós recordamos bem o que é que a direita fez há quatro anos, prometeu na campanha eleitoral tudo o que fez no Governo. Desta vez, aquilo que a direita faz é outra vez esconder. Quer esconder que não vai prosseguir a austeridade, com um novo corte de pensões de 600 milhões de euros. Imagine os pensionistas, que já sofreram tanto, irem agora sofrer com um novo corte de pensões", disse.

Para o secretário-geral socialista, PSD e CDS-PP querem "esconder o que significa verdadeiramente o seu projeto para a Segurança Social".

"O que nós todos sabemos é que a proposta que a direita apresenta de privatização da Segurança Social significa beneficiar muito poucos para prejuízo de todos", sustentou.

O secretário-geral do PS disse que estas propostas geram "inquietação e mais angústia no país, a somar ao desemprego, a somar à incerteza no crescimento do futuro, a somar ao receio de perder algo que tem sido fundamental na sociedade portuguesa, que é a escola pública, o serviço nacional de saúde, um sistema público de pensões".

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