José Sócrates foi detido

por RTP
Foto: Miguel A. Lopes, Lusa

José Sócrates foi detido esta sexta-feira no âmbito de um processo em que se investigam crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. A detenção foi confirmada numa nota da Procuradoria-Geral da República e estará relacionada com o pagamento de uma casa em Paris. O ex-primeiro-ministro vai prestar declarações perante o juiz de instrução no sábado.

A notícia foi avançada na edição online do semanário Sol, na sexta-feira à noite, e dava conta da detenção do ex-primeiro-ministro à chegada de Paris, no Aeroporto da Portela, em Lisboa.

A informação foi entretanto confirmada por uma nota emitida pela PGR, que clarifica também que Sócrates deverá ser presente este sábado ao juiz de instrução criminal.

Além do antigo primeiro-ministro, foram detidos outros três arguidos, suspeitos do crimes de corrupção, que já foram ouvidos ao longo da semana.Os outros detidos

De acordo com a imprensa, são eles Carlos Santos Silva, empresário e amigo de Sócrates, Gonçalo Ferreira, advogado que trabalha numa empresa de Carlos Santos Silva e Joaquim de Castro, representante em Portugal de uma farmacêutica para a qual Sócrates trabalha desde 2013, como consultor para a América Latina.

As diligências envolveram quatro magistrados do Ministério Público e 60 elementos da Autoridade Tributária e Aduaneira e da Polícia de Segurança Pública.

Este sábado deverá ser a vez de José Sócrates, o quarto arguido, para depor perante o juíz de instrução Carlos Alexandre, que também está a acompanhar a polémica dos "vistos gold". 

Casa em Paris na origem da polémicaNa origem desta detenção estará o pagamento de uma casa arrendada por José Sócrates, avaliada em três milhões de euros, durante o período de tempo em que estudou em Paris, após ter deixado o Governo em 2011. 

Segundo o semanário Expresso, os investigadores do Departamento Central de de Investigação e Ação Penal (DCIAP) tentam apurar com esta investigação de onde veio o dinheiro para pagamento de renda, tendo em conta que o antigo governante garantiu ter recorrido a empréstimos.

Na nota, a PGR precisa que este inquérito, que "investiga operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível, se encontra em segredo de justiça" e que "é independente do denominado inquérito Monte Branco, não tendo tido origem no mesmo"

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