Reportagem

Nove candidatos a Belém no debate da RTP: o filme da noite

por Christopher Marques - RTP

Nove dos dez candidatos a Belém encontraram-se esta terça-feira para o maior debate presidencial até então realizado na televisão portuguesa. Maria de Belém não participou na sequência da morte do socialista Almeida Santos. O confronto foi moderado pelos jornalistas Carlos Daniel e Vítor Gonçalves. Reveja aqui todos os momentos e as intervenções dos candidatos.

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23h48: Termina o rescaldo do debate na RTP3. A campanha eleitoral segue até à próxima sexta-feira. No domingo, Portugal vai a votos.

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Publicado por RTP Notícias em Terça-feira, 19 de Janeiro de 2016

22h53: Terminado o debate. A análise ao debate segue na RTP3 com Alberta Marques Fernandes.

22h52: Marcelo Rebelo de Sousa
questionado sobre as medidas tomadas pela Hungria de Orban - primeiro-ministro conservador da Hungria que também faz parte do PPE. O candidato Marcelo diz que é "lamentável" o comportamento do Governo de Orban.


22h50: Cândido Ferreira
responde que não ficou desapontado por não ter o apoio do PS. O candidato frisa ainda que foi impedido de debater individualmente com os restantes candidatos. "Recuso uma República em que haja cidadãos de primeira, segunda e terceira", aponta.


22h46: Paulo de Morais
desafiado por Carlos Daniel a apresentar um caso concreto de corrupção que denunciou e os resultados que esta denúncia provocou. Paulo Morais defende que "vale sempre a pena denunciar a corrupção"

Paulo de Morais diz que ajudou na investigação das PPP. Especifica ainda que fez uma queixa que deu lugar a uma investigação ao Metro do Porto que foi depois arquivada.

22h44: Sampaio da Nóvoa
questionado sobre as semelhanças que tem com Cavaco Silva, que foram traçadas por Ramalho Eanes. Sampaio da Nóvoa distingue-se de Cavaco, apontando que o candidato da continuidade é Marcelo.

"Julgo que tudo o que tenho dito é o oposto dos dez anos de Cavaco Silva na Presidência", aponta. Nóvoa diz que uma eventual ida à segunda volta é agora mais possível.

22h42: Marisa Matias
questionada sobre a situação grega. A candidata diz que recusa fatalidades e defende que é preciso uma nova geração de políticas que envolva toda a gente.


22h40. Edgar Silva
refere que mais do que apontar que há corrupção, é preciso apresentar meios e uma estratégia para a combater. Sobre a greve da Função Pública marcada para o fim do mês, o candidato do PCP salienta o direito à greve e congratula-se ainda pelo Parlamento ter aprovado um compromisso do Estado português para avançar com as 35 horas.


22h38: Vitorino Silva
lamenta que ninguém tenha ido ao estrangeiro, como ele, fazer campanha junto dos emigrantes. Tino de Rans promete ser o Presidente de todos os portugueses, incluindo os que emigraram. "Conta tanto o voto de um votante em Bruxelas, como o de um votante de Rans", aponta.
Tino de Rans critica ainda o que considera ser a diferença de tratamento entre candidatos. Diz que há uma parte do debate que "não lhe interessa para nada", referindo-se às "intrigas".

Vive-se um momento recheado de risos na Fundação Champalimaud, com muitas palmas nas bancadas. Vitorino Silva defende que os eurodeputados devem reivindicar os direitos dos portugueses em Bruxelas.


22h32: Henrique Neto junta-se às críticas sobre as subvenções vitalícias. O candidato critica também as contas da Presidência da República. "Estou a falar das vergonhas desta semana. Se me dessem tempo podia fazer descrições sobre os seis anos de Governo de José Sócrates", refere.

Neto defende que o Presidente da República pode ter um papel essencial no combate à corrupção e critica "todos os Presidentes da República" por terem "olhado para o lado".


22h25: Jorge Sequeira
reconhece que se excedeu no comentário que fez sobre o cartaz de Marisa Matias e que motivaram forte polémica. O candidato afirma ainda que há candidatos que beneficiam das estruturas e apoio financeiros dos partidos e que diz não ser o caso dele.

"É muito fácil fazer flores com o dinheiro dos outros", critica Jorge Sequeira.

22h22: Marisa Matias
responde a Paulo Morais para lhe dizer que "colocar todos os políticos no mesmo saco é um favor que se faz aos corruptos". A candidata aconselha-o a denunciar um ex-colega dele que seja corrupto.


22h21: Marcelo Rebelo de Sousa
responde as acusações de Cândido Ferreira sobre o facto de não ter ido ao serviço militar. Marcelo refere que foi adiado para prestação de provas académicas e que, posteriormente, se deu o 25 de abril.

Marcelo também diz que é crítico das subvenções vitalícias.


22h20: Paulo de Morais
diz que já foi publicado um desmentido sobre a apresentação da sua declaração de interesses enquanto vereador da Câmara do Porto.

22h16: Sampaio da Nóvoa
responde, recusando a ideia de andar a fugir a perguntas sobre a sua licenciatura. O responsável diz que há cursos que se transformaram em licenciatura e critica a "calúnia. "A calúnia é a arma dos desesperados", afirma. Especifica ainda que tirou cursos que não eram licenciaturas e que a sua formação de base é em ciências da educação.

O ex-reitor da Universidade de Lisboa diz-lhe para consultar os seus currículos e doutoramentos e cursos. "Não há ninguém neste país que tenha sido tão escrutinado do ponto de vista académico como eu", refere.

Ouvem-se palmas no auditório da Fundação Champalimaud.


22h10: Cândido Ferreira
critica a decisão do Tribunal Constitucional sobre as subvenções vitalícias. O candidato aponta ainda críticas a Paulo de Morais, por não ter apresentado todos os documentos necessários ao Tribunal Constitucional.

O candidato lança ainda críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, acusando-o de não ter cumprido as suas obrigações militares e se candidatar a Belém.

O candidato apresenta um documento que passa a ler. Refere-se no documento que o curso de Sampaio da Nóvoa não corresponde a uma licenciatura.


22h08: Edgar Silva
diz que também ele criticou a decisão do Tribunal Constitucional sobre as subvenções vitalícias. O candidato do PCP aponta ainda que o Estado deve defender os direitos ambientais e sociais. O candidato diz que, apesar de ter "certificado de garantia" do PCP, tem uma base de apoio que vai além do PCP.

Questionado sobre se acredita que poderá ter um resultado semelhante à CDU nas últimas eleições, Edgar refere que há gente que não é da CDU e que votará nele.

22h04: Questionada sobre o apoio do Bloco de Esquerda, Marisa Matias diz que os Presidentes da República têm sido sempre apoiados por partidos e que também a maioria dos candidatos o têm.


A candidata considera ainda que todos os que querem chegar a Belém devem apresentar as suas ideias. Dirige-se a Paulo Morais e explica-lhe que não basta dizer "que todos os políticos são corruptos".

Marisa Matias diz ainda que tem vergonha da decisão do Tribunal Constitucional de repor as subvenções vitalícias a políticos sem condição de recursos e critica que os restantes candidatos não tenham criticado a situação. Matias diz que tal acontece porque, na lista dos deputados que apresentaram o pedido ao Palácio Ratton, se encontram apoiantes de alguns dos outros candidatos.


21h58: Sampaio da Nóvoa aproveita a recente resposta de Marcelo Rebelo de Sousa para dizer que o candidato mostra posições diferentes. "Esta permanente dúvida sobre o que pensa Marcelo Rebelo de Sousa é que nos deixa na incerteza", aponta.


O candidato diz ainda que, quando Marcelo era dirigente do PSD, o partido votou contra o Rendimento Social Garantido. 

Marcelo responde que se lembra bem do episódio e que foi "uma das duas vezes" em que foi derrotado pelo partido. O candidato frisa ainda que houve uma mudança de orientação posteriormente.


"Lembro-me perfeitamente como se fosse hoje", afirma, garantindo ainda que não impunha a sua opinião ao partido.
21h54:
Vítor Gonçalves questiona posicionamento político que Marcelo Rebelo de Sousa terá se for eleito. O candidato aponta que as presidenciais não podem ser uma segunda volta das legislativas e considera que Belém deve promover a estabilidade política.


Marcelo defende que é bom para o país que um Governo que se compromete a cumprir uma legislatura a cumpra. O candidato considera que o Presidente, nesta situação económica, deve ser um fator que contribui para a estabilidade. Marcelo aponta ainda que o atual executivo nasce da legitimidade do Parlamento.

O ex-comentador televisivo frisa ainda a redução de custos entre esta campanha e outras. Marcelo recusa que tenha criticado Sampaio da Nóvoa por aceitar donativos privados. O candidato diz que respeita as opções dos candidatos. "São opções diferentes", aponta.

21h50: Retomado o debate

21h44: Debate vai para intervalo

21h42: Cândido Ferreira
, tal como Tino de Rans, defende que deve haver 35 horas para todos ou para ninguém. O candidato retoma a situação dos debates que o levaram mesmo a sair de um dos confrontos na TVI24 e a não participar nos restantes, à exceção do debate a dez na Antena 1.

O candidato diz ainda que falou, até ao momento neste debate, menos que os restantes candidatos.

O candidato promete estar vigilante em relação a qualquer derrapagem orçamental, caso seja eleito Preisdente da República. Diz que trata António Costa por tu, afirma-se como uma pessoa de esquerda, mas diz que muita gente de direita se revê na sua candidatura.


21h39: Jorge Sequeira
aborda as 35 horas. O candidato defende que mais importante do que "trabalhar muito é trabalhar bem". O candidato aponta que Portugal não tem sido "um país bem orientado". O candidato aponta que quer ser um "auditor da governação".

Questionado sobre se é melhor primeiro-ministro Passos Coelho ou António Costa, Jorge Sequeira não responde especificamente. O candidato afirma que não quer entrar nesse "tipo de experiência política baseada nas palmadinhas nas costas e numa hipocrisia".


21h35: Paulo de Morais mantém que demitiria um Governo que não cumpra as promessas eleitorais. O candidato diz que Costa tem cumprido as promessas, mas espera agora para ver o próximo Orçamento do Estado. O candidato diz que teria demitido Durão Barroso, José Sócrates e Passos Coelho.

Paulo de Morais volta a critica o que diz ser as isenções de IMI para os fundos imobiliários.


21h30: Vitorino Silva
diz que "tem vergonha" que os funcionários públicos trabalhem 35 horas e que as 40 horas persistem no privado. Para Tino de Rans, ambos os setores deveriam trabalhar o mesmo número de horas.


21h26: Henrique Neto
aponta que é preciso uma estratégia para o país e que ele tem essa estratégia. Neto critica os "candidatos do sistema" e afirma que Sampaio da Nóvoa "enrolou" e não explicou o que faria.

Afirma que Marcelo Rebelo de Sousa fez o mesmo e "lavou as mãos", ao recorrer a declarações do primeiro-ministro para justificar uma eventual aprovação do Orçamento do Estado.

"A mentira faz-se por ação e omissão", afirma Henrique Neto. "Quando esconde o seu pensamento ou o que faria na Presidência da República ou noutro caso, está a mentir", critica. Neto diz que concorda com o regresso às 35 horas porque é um direito que já estava adquirido. Diz também que concorda com o aumento do rendimento mínimo e que o mesmo peca por defeito.

"A economia portuguesa tem de ter coragem de pagar melhor", afirma. Neto diz que as empresas que não conseguem pagar 600 euros por mês, talvez não devessem existir.


21h25: Edgar Silva
espera que os compromissos assumidos sejam cumpridos e refere, mais do que a dívida financeira, está preocupado com a "dívida social que está por saldar". Edgar Silva defende a revalorização da escola pública e do serviço nacional de saúde. O candidato diz que o SNS foi alvo de um "ataque foraz" nos últimos anos.

O candidato garante que será um "português na defesa dos interesses nacionais" caso seja eleito Presidente da República. Promete empenhar-se em "tudo o que seja necessário e possível" para que sejam cumpridos os compromissos assumidos perante os portugueses.


21h20: Marcelo Rebelo de Sousa
defende que considera que o futuro presidente deve fazer o possível para viabilizar o próximo Orçamento do Estado. O candidato considera que o regresso às 35 horas considera que é o respeito por um compromisso eleitoral e a uma tentativa de "reparar", pelo menos parcialmente, aqueles que foram mais afetados nos últimos anos.

 
Sobre a TAP, o candidato diz que, desde o princípio, que tem dito que acredita num acordo entre os novos acionistas e o Estado.


21h16: Sampaio da Nóvoa
diz que nunca se pronunciaria sobre um documento que não existe ainda, após ter criticado declarações recentemente de Marcelo Rebelo de Sousa. O candidato não explica em que circunstâncias chumbaria um Orçamento do Estado, apontando que não faz esse tipo de cenários.

Questionado sobre o regresso às 35 horas na Função Pública, o candidato diz que não consegue imaginar Portugal sem um Estado Social forte e é que "natural" que se reponham alguns dos aspetos que tinham sido retirados nos últimos anos.


21h14:
Sobre uma eventual aprovação do Orçamento, Marisa Matias explica que se referia à aprovação do Orçamento de 2016. A candidata diz que está convencida que os acordos à esquerda permitirão aprovar mais do que um orçamento, caso sejam respeitados.


A candidata diferencia entre os Orçamentos do Estado e os Orçamentos Retificativos, apontando que o problema do Banif vem de trás.

Marisa Matias aponta que em mais nenhum país da Europa as resolução dos bancos fossem pagas pelos contribuintes.


21h11: Paulo Morais
rejeita a ideia de que toda a gente tem um preço. "É falso que toda a gente tem um preço", defendendo ainda que as pessoas mais humildades são muitas vezes as mais confiáveis. Morais afirma que os políticos em Portugal se vendem e se vendem "muito barato".


21h10: Sampaio da Nóvoa responde
que não consegue perdoar a alguém que retira liberdade, apontando que esta é um valor essencial na sua vida pessoal e na livre iniciativa das empresas e das instituições nacionais. "É um valor que prezo acima de tudo", aponta.


21h09: Marcelo Rebelo de Sousa
considera que a mentira não costuma ser admissível. Mas aponta que, no caso dos cuidados paliativos, pode haver casos em que seja positivo "não contar a verdade toda". "Há uma omissão da verdade que tem uma função redentora", aponta o candidato.


21h08: Jorge Sequeira
elogia a coragem de todos os candidatos que se apresentam à corrida a Belém.


21h07: Cândido Ferreira
aponta que o que mais receia é perder a dignidade.


21h06: Vitorino Silva
aponta que a característica mais importante do ser humano é ter sempre alguém à espera. O que gosta menos é que fechem as portas às pessoas.


21h05: Edgar Silva
defende que a esperança é uma dimensão que faz parte da população mas que é afetada pela miséria.


21h04:
Em resposta a Vítor Gonçalves, Marisa Matias defende que a violência deve ser evitada e que todas as situações devem começar por tentar resolver-se por cooperação.

Marisa defende que as tropas portuguesas "em qualquer circunstância" não devem ir para a guerra e frisa o papel de militares portugueses na reconstrução de países destruídos pela guerra.


21:02:
Carlos Daniel pergunta a Henrique Neto o que deve contribuir para o sucesso de uma vida.

O candidato considera que Portugal empobreceu nos últimos anos e se afastou dos níveis de vida médios da União Europeia. Henrique Neto considera que é preciso saber porque é que isto acontece e responsabiliza os partidos políticos por esta situação.

O candidato critica a "promiscuidade" entre partidos políticos e negócios.


21h00: Começa o debate.

 

20h56: Este é o último debate de um ciclo de mais de 20 que marcaram a pré-campanha eleitoral.

A estes somaram-se ainda várias entrevistas aos dez candidatos. Pode ver ou rever todos estes momentos no site da RTP dedicado às Eleições Presidenciais.

20h40: Chegou o dia do último debate antes das eleições presidenciais.

A partir das 21h00, nove dos dez candidatos à Presidência da República começam a apresentar argumentos e a fazer a defesa das suas candidaturas. De fora está Maria de Belém. A candidata optou por não participar neste último confronto na sequência do falecimento de Almeida Santos, histórico socialista e seu apoiante na corrida a Belém.

Acompanhamos ao minuto e em direto o último debate antes das eleições do próximo domingo.