Passos alega que programa da troika estava mal calibrado

por RTP
A privatização dos CTT e da TAP são outros dois temas desta entrevista Miguel A. Lopes, Lusa

O primeiro-ministro reconhece que o programa de ajustamento acordado com a troika estava mal calibrado, ao partir de um défice realista, e garante que foi esse o motivo que levou o Executivo a adotar medidas mais violentas. Em entrevista publicada esta terça-feira pelo Jornal de Negócios, Pedro Passos Coelho considera também que “seria exigível um pouco mais de solidariedade com o Governo” por parte do PS.

Na entrevista ao Negócios, Passos Coelho afirma que chegou o tempo do investimento e que tem previstas várias medidas nesse sentido. A reforma do IRC é apontada como exemplo. O governante não se compromete, contudo, com uma descida nos impostos para as famílias em 2015.

O chefe do Governo refere ainda que o Estado deve ajudar a economia a crescer contendo a sua despesa, ou seja, recusa a ideia de que deve apoiar a economia investindo e aumentando a despesa. “O Estado não pode gastar mais simplesmente porque a sua dívida já é demasiado elevada”, argumenta.

Em relação ao Tribunal Constitucional, Passos Coelho recorda que “está a decorrer a sua intervenção sobre o diploma da convergência de pensões da Caixa Geral de Aposentações e do regime geral da Segurança Social”.

O social-democrata rejeita que a falta de um plano B esteja relacionada com a dificuldade em obter uma alternativa com o consenso nos dois partidos da coligação: “Não há nenhum risco quanto à coesão do Governo. As dificuldades das medidas têm que ver, não com o Governo nem com perspetivas diferentes que existam entre os partidos da coligação, mas com a natureza do problema que temos”.

“Tenho dito que não temos um plano B e não vou introduzir mais ruído à volta desta matéria até ser conhecida a decisão do Tribunal Constitucional”, sublinha.

Questionado se vê Rui Rio como adversário, Passos Coelho nega essa hipótese e apresenta-o como “uma personalidade do PSD com créditos firmados, um dos nomes de referência do meu partido”. Ainda assim, o primeiro-ministro evita apontá-lo como uma possibilidade para as eleições presidenciais ou para as legislativas, advogando que ainda é muito cedo.
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