Passos reitera que Costa assinou "mau Orçamento"

por RTP

Foto: António Cotrim - Lusa

Pedro Passos Coelho admite que o PSD pode avançar com propostas para o Orçamento do Estado em "matérias de natureza estrutural".

Em entrevista ao jornal Público, o líder do PSD repetiu as críticas à proposta do Governo para o próximo ano.Passos rejeita participar no que considera ser "mercearia orçamental".


"Este Orçamento é um mau Orçamento. Porque, apesar de aparentemente cumprir os objetivos de redução do défice, não tem uma estratégica de crescimento para o país", afirmou Passos Coelho.

O PSD, sublinhou o ex-primeiro-ministro, vai "definir a sua posição relativamente não só às grandes questões do Orçamento", mas também "definir, com clareza, que espaço é que pode existir" para a apresentação de propostas.

"Não excluo essa possibilidade, embora muito coerentemente exclua que o PSD entre naquilo a que se chama a mercearia orçamental. Portanto, não vamos andar a fazer propostas avulsas, sobe aqui, desce ali", acrescentou.

Questionado sobre a natureza das propostas que o seu partido pode vir a submeter ao Parlamento, Passos adiantou que se tratará de "matérias de natureza estrutural".
Condição de recursos e banca
Nesta entrevista ao Público, o líder social-democrata admitiu vir a discutir com o Governo a aplicação da condição de recursos em apoios sociais. Designadamente nas pensões do regime não contributivo.

"É justo que se possa ir alargando a introdução de condição de recursos para tudo o que são prestações", defende Passos Coelho, embora entenda que "o PS não tem uma transparência muito grande quando fala destas matérias".

Por agora, o líder laranja ficará a "aguardar por aquilo que é a verdadeira intenção do Governo".

A abertura do PSD surge num momento em que o Executivo apoiado à esquerda admite avançar, no Orçamento do Estado para 2018, com a condição de recursos para o acesso às pensões mínimas.

Passos reafirma ainda ao jornal que "o Governo foi desastroso a lidar com os problemas do sistema financeiro". E deixou um aviso sobre a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos.

"Se o Governo decidir provisionar em excesso na Caixa, pode abrir um problema com consequências muito sérias noutros bancos. Julgo que a forma como o Governo está a tratar esta matéria não é de molde a salvaguardar a estabilidade", frisou.

c/ Lusa
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