Vidas de Chapa, Vidas Com Sonhos

Fernando Cuamba, 22 anos, mora no Bairro Patrice Lumumba, arredores de Maputo.
"A minha mãe queria ficar a viver com o meu pai, mas os familiares dela diziam «não, vamos para casa, deixa lá esse filho»", diz sobre a mãe que o abandonou aos nove meses de idade. Perdoou, mas nunca esqueceu. E a dor permanece mesmo depois de se ter tornado um bailarino conhecido.
Desloca-se a Maputo diariamente para, com a ajuda de um amigo, aprender Matemática e assim entrar para a Universidade e se tornar contabilista. Mas, neste momento, é apenas a dança que o alimenta. Fundou os "Cuambas", um grupo de dança que está a conquistar Moçambique. E sobre o futuro diz: "Me emociono quando estou no quarto a pensar se será possível o que estou a viver agora? Eu vi que a base disso tudo é acreditar que as coisas se vão realizar".
Fernando Cuamba tem uma vida de chapa.

Trata-se de um programa semanal com a duração de 25 minutos e com um forte cariz social. Ao contrário de outros formatos, Vidas de Chapa não pretende mostrar um país ideal, mas antes um Moçambique real, concreto, onde quase tudo está ainda por conquistar e onde cada dia é um milagre.
Todas as semanas apanharemos o chapa e deixamos-nos conduzir numa nova viagem. Contaremos histórias recorrendo a um registo documental, feito da voz do moçambicano comum, das conversas do protagonista com quem encontra no percurso para o trabalho, com os colegas e com os familiares que o aguardam em casa.
Em Vidas de Chapa cada pessoa é um sobrevivente, um herói com o qual em algum ponto todos nos iremos identificar, por quem iremos torcer, e que no final de cada programa irá ver a sua determinação recompensada. Porque todos somos feitos de sonhos e nós queremos fazer parte dele e ajudar a torná-lo realidade.