José Sócrates já tem uma resposta para dar a Carlos Alexandre. Os advogados do antigo primeiro-ministro estiveram reunidos com o preso preventivo esta segunda-feira depois de o Ministério Público ter proposto a sua transferência para prisão domiciliária sob vigilância electrónica.
Esta segunda-feira, José Sócrates recebeu a visita dos seus advogados e tomou a sua decisão: continuar a ser o preso 44 da cadeia de Évora ou submeter-se à pulseira electrónica.
A decisão de Sócrates ainda não foi tornada pública, devendo ser primeiramente comunicada às autoridades, explicou a defesa. À saída do Estabelecimento Prisional de Évora, os advogados Pedro Delille e João Araújo foram parcos em palavras. Reportagem de Teresa Marques - RTP
"Andar com uma anilha? Nem os pombos..."
As autoridades recomendaram que José Sócrates aguardasse o desenrolar do processo em prisão domiciliária com pulseira electrónica, revelou a defesa de Sócrates à comunicação social.
Neste momento, o antigo primeiro-ministro é o único arguido do processo que aguarda o desenrolar da investigação em prisão preventiva.
Na altura, João Araújo explicou que esta alteração “pessoalmente” não o agradava, uma vez que defende que “não há motivos para qualquer medida de coação”.
Em declarações ao jornal i, João Araújo defendeu mesmo que a prisão domiciliária representa uma “humilhação e uma tentativa de achincalhar” José Sócrates. As declarações de Araújo vão ao encontro do que já tinha referido em fevereiro.
“Não vejo que o senhor engenheiro Sócrates se sujeitasse a uma coisa. Andar com uma anilha? Nem os pombos... Não acredito, mas isso é uma questão dele. Eu, pessoalmente, nunca toleraria uma coisa dessas. Não me ponham a escolher entre duas prisões porque eu não quero a prisão”, tinha então argumentado.
O antigo primeiro-ministro não se pode opor à transferência de prisão preventiva para prisão domiciliária, no entanto, poderá recusar submeter-se a uma pulseira electrónica. Ao rejeitar esta submissão, José Sócrates deverá permanecer em prisão preventiva.