Cientistas propõem nova escala para potenciais sinais extraterrestres

por RTP
São necessárias “diferentes equipas de investigação que usem os mesmos instrumentos”, de modo a existir resultados genuínos Stefano Rellandini - Reuters

Segundo a nova proposta de investigação, a escala Rio 2.0 classifica potenciais sinais de vida extraterrestre de zero a dez, sendo que dez corresponde a “um aperto de mão de um alienígena”.

A Rio 2.0 é uma proposta de atualização de uma escala já usada pela comunidade científica que investiga a hipótese de vida extraterrestre desde 2001. O grupo de investigação publicou a proposta na revista científica International Journal of Astrobiology.
São necessárias “diferentes equipas de investigação que usem os mesmos instrumentos”, de modo a existir resultados genuínos.

A escala atribui pontuações a sinais detetados em buscas por inteligência extraterrestre (SETI), que caracteriza não só as consequências de um sinal, mas também a probabilidade de ser genuíno.

"Estamos a falar de situações extraordinárias e, portanto, são necessárias provas extraordinárias para acompanhá-las", disse ao diário britânico The Guardian Duncan Forgan, do Centro de Ciência Exoplanetária da Universidade de St. Andrews, que liderou o projeto.

“Idealmente, isto significa múltiplas observações de múltiplos instrumentos”, realça Forgan.

A nova escala poderá ser usada como a escala de Richter, que classifica os terramotos. Um sinal é classificado de imediato e depois atualizado à medida que surgem novos dados, explicou Jill Tarter, autora do artigo e cofundadora do Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), em Mountain View, na Califórnia.
Potencial risco de falhas técnicas
A nova escala permite que a comunidade científica avalie os sinais de potencial inteligência extraterrestre de zero a dez graus. Neste sentido, zero corresponde a nada provável e dez é equivalente a “uma sonda espacial alienígena a orbitar a Terra ou a um aperto de não de um alienígena”, ou seja, contacto, segundo Forgan.
Há muitas explicações alternativas que têm de ser consideradas ao avaliar um potencial sinal extraterrestre.

Existem cerca de 400 mil milhões de estrelas na Via Láctea e inúmeros dados a consubstanciar que a maioria tem planetas a orbitar em seu redor.

Mas com tantas estrelas a ser observadas há um risco constante de falhas técnicas ou sinais disfarçados de potenciais transmissões alienígenas.

Neste sentido, esta ferramenta tem como objetivo descartar sinais falsos e encontrar dados mais fidedignos.

"Pode existir um problema com o telescópio ou uma frequência de rádio proveniente de algo na Terra", disse ainda Forgan. "Podemos achar que encontrámos um alienígena, mas na verdade encontrámos uma praça de táxis”, acrescentou.

A nova Escala do Rio foi submetida ao International Academy of Astronautics Permanent Committee para ratificação oficial.
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