Conversa Capital com Joaquim Miranda Sarmento

por Antena1

Foto: Antena1

O Presidente do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD reitera a intenção do PSD de votar contra a proposta de Orçamento do Estado para próximo ano.

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Joaquim Miranda Sarmento justifica o voto contra, com o facto da proposta de OE seguir a linha das anteriores; com a circunstância de o governo já ter dito que não precisa do PSD, e de estar a negociar com o PCP e o BE. Segundo Joaquim Sarmento, para o PSD se abster seria necessária uma volta de 180 graus na proposta, o que não é previsível que aconteça. Ainda assim, o PSD continua disponível para se sentar com o governo.

O presidente do CEN considera que o ministro das Finanças parte fragilizado para a negociação do OE, depois de ter sido desautorizado pelo ministro Pedro Nuno Santos e de não ter tido o apoio público do Primeiro-Ministro. Para Joaquim Miranda Sarmento, Portugal não tem um ministro das Finanças, tem um ministro do orçamento e da cativação das despesas, porque lhe falta visão para o país.

Quando questionado sobre o facto do PSD não apresentar as suas propostas para o OE, à semelhança dos outros partidos, o presidente do CEN diz que o partido não deitou a toalha ao chão e que a sua bandeira para 2022 é o não agravamento fiscal, situação que vai acontecer se o governo avançar com o englobamento tal como BE e PCP pretendem. Joaquim Sarmento diz que há uma dualidade de discursos porque por um lado o Executivo defende a redução dos escalões do IRS, e por outro lado está a negociar o englobamento, que vai tributar sobretudo a classe media alta, já asfixiada pelos impostos. Aliás, considera que qualquer englobamento é prejudicial para os níveis da poupança, mesmo que seja apenas para mais-valias especulativas.

Sobre o aumento do salário mínimo, Joaquim Miranda Sarmento diz que o PSD não está contra o aumento do salário mínimo, mas passar para os 705 euros no próximo ano, é excessivo.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Susana Paula do Jornal de Negócios.
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