Conversa Capital com Paulo Marcos - Lesados impedidos de litigar contra trabalhadores BES

por Antena 1

Os trabalhadores do Novo Banco que estavam no BES vão integrar o acordo entre o Governo e a Associação de Lesados e Indignados do BES. Ou seja, tal como acontece com o Governo e seus agentes - Banco de Portugal, CMVM, Novo Banco e BES - os lesados que assinarem o acordo não poderão litigar conta os trabalhadores do BES, que lhes venderam produtos que levaram a perdas financeiras. O anúncio foi feito à Antena1 e ao Jornal de Negócios pelo presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, Paulo Marcos.

O sindicato que lançou uma petição pública, para que estes trabalhadores integrassem também o acordo, vê assim reconhecido esse direito pelo poder político. A decisão deverá ser tornada pública dentro de dias. Segundo Paulo Marcos, atualmente existem cerca de 200 a 300 ações em tribunal contra antigos funcionários.

Paulo Marcos garante que os trabalhadores que neste momento estão ao serviço do Novo Banco, e que pertenciam ao BES, nunca agiram com dolo. Não tiveram culpa na venda de produtos que acabaram por lesar milhares de pessoas.

Paulo Marcos acredita que, com a economia a crescer, já não há mais pretexto para continuar com os despedimentos na banca. Fala numa "sangria" em 2016, processo que atingiu os seus objetivos. Considera que em termos gerais os bancos vão ter resultados operacionais positivos e a atividade voltou a ser lucrativa pelo que já não se justifica usar o pretexto da fraca rentabilidade para despedir trabalhadores. Paulo Marcos pensa mesmo que este ano já será possível começar a contratar.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários mantem em cima da mesa a proposta para assumir uma participação no capital do Novo Banco e, apesar de ainda não ter tido resposta nem da Lone Star, nem do Banco de Portugal nem do Fundo de Resolução, acredita que ainda há margem para chegarem a acordo.

Pode ver aqui a entrevista de Rosário Lira e Diogo Cavaleiro a Paulo Marcos:


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