Conversa Capital com Peter Villax

por Antena 1

O presidente da Associação das Empresas Familiares e CEO da Hovione Capital considera que Portugal deu "um tiro no pé" com a discussão sobre a localização da Agência Europeia do Medicamento. Peter Villax é o convidado desta semana da Conversa Capital, uma parceria Antena 1 e Jornal de Negócios.

Para o empresário, a discussão Lisboa ou Porto transformou "uma questão nacional num debatezinho regional". Peter Villax avisa que esta discussão é impeditiva para a candidatura de Portugal e revela uma "falta de sentido de nação".

O presidente da Associação das Empresas Familiares considera que o Governo é que tem competência para decidir.

Peter Villax acredita que, antes desta polémica, as hipóteses da agência ser transferida para Portugal eram mais elevadas do que são agora e deixa um conselho: sugere que se comece a pensar e se dê garantias de que haverá escolas internacionais para os 600 estudantes, filhos dos funcionários da agência que possam vir para Portugal, se for este o destino escolhido.

Isto porque, lembra o empresário, para além de Bruxelas, quem vai efetivamente decidir o destino da agência vão ser os 900 funcionários que ali trabalham.
Reservas sobre políticas económicas
O presidente da Associação das Empresas Familiares elogia a politica de comunicação de António Costa e a confiança que a sua postura transmite sobretudo aos consumidores.

No entanto, coloca ainda reservas sobre as politicas económicas e financeiras seguidas, como fundamento para o crescimento económico que se tem verificado.

Na gestão das empresas, Peter Villax manifesta-se contra uma politica de salários baixos e considera mesmo que a politica de congelamento dos salários verificada nos últimos anos, foi um convite à "gestão mediana".

O empresário defende que é preciso desafiar os empresários a terem melhores mercados e mais inovação tecnológica, porque considera que não basta que a economia cresça dois por cento. Para distribuir riqueza é preciso que cresça cinco a seis por cento.
Investimento chinês
Quanto à presença do investimento chinês em Portugal, adianta que é preferível a ter "oligarcas russos a investir" e por isso diz-se de "braços aberto" para o investimento chinês, porque obedecem a um governo chinês que é forte e muito competente".

Defende mais investimento em Investigação e Desenvolvimento, mas lamenta que as candidaturas aos fundos estruturais continuem a ser demasiados complexas e que continuem a estar direcionados por Bruxelas.

Peter Villax considera que estas candidaturas limitam a independência do gestor e obrigam muitas vezes as empresas a tomarem as opções que não são as mais corretas, apenas para obterem o dinheiro.




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