Conversa Capital com Raul Martins, presidente da AHP - Associação da Hotelaria de Portugal
Foto: Antena1
Os despedimentos coletivos na hotelaria vão avançar se os apoios ao emprego, com o pagamento de 100 por cento do salário, não se prolongarem até março do próximo ano.
O verão, segundo Raul Martins, vai ser razoável. O presidente da AHP diz que é preciso contar com os turistas europeus e com os norte americanos, se a TAP mantiver os voos para os Estados Unidos e Canadá.
Raul Martins defende a isenção do pagamento da TSU a 100 por cento mas, apesar de terem feito esse pedido ao governo, diz que isso não vai acontecer porque "vivemos numa economia de mercado com regras de uma economia planificada", com o governo refém dos apoios à esquerda. Lembra que a anterior linha de crédito (linha exportadores e turismo) ficou vazia porque ninguém tinha os requisitos para aceder e adianta que a nova linha, destinada especificamente ao turismo, no valor de 300 milhões, já vem tarde e é insuficiente.
Quanto às moratórias, Raul Martins não tem dúvidas que se não houver uma extensão das maturidades das dívidas, as empresas não vão pagar. As medidas de capitalização que estão a ser estudadas pelo governo, como alternativa ao fim das moratórias, são um plano B, mas a resposta tem de ser dada agora e de preferência depois de ouvir o sector.
Nesta entrevista, Raul Martins considera que à semelhança do que está a acontecer nas escolas, com o retomar da atividade, também deviam ser feitos testes rápidos aos empregados dos hotéis. O presidente da AHP diz que a orientação tem de ser dada pelo Turismo de Portugal, a quem cabe também fornecer gratuitamente os testes, porque os hotéis não têm essa capacidade.
Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Rafaela Burd Relvas do Jornal de Negócios.