Nos últimos dias, a China tem encerrado várias cidades e apelado ao confinamento de milhões de cidadãos de forma a tentar controlar o maior surto de Covid-19 no país dos últimos meses. Já foram detetados mais de 400 novas infeções desde meados de julho e, pela primeira vez em um ano, a cidade onde terá surgido o SARS-CoV-2 confirmou sete casos de transmissão local. Por isso, esta terça-feira, a cidade chinesa de Wuhan, no centro do país, anunciou uma campanha de testes em massa à sua população de onze milhões de pessoas.
São os primeiros casos por infeção local detetados em Wuhan em mais de um ano, identificados entre trabalhadores migrantes na cidade, dos quais apenas três apresentavam sintomas.
A cidade de 11 milhões de habitantes, onde o vírus foi identificado pela primeira vez em 2019, está "a implementar rapidamente testes de ácido nucleico para todos os seus residentes", afirmou Li Tao, um alto funcionário local, à comunicação social local.
Entretanto, foi parcialmente confinado o bairro de Zhuankou, agora considerado de "médio risco", de acordo com uma circular emitida pela comissão local de saúde.
O ressurgimento das infeções, dizem os especialistas, deve-se à propagação da variante delta e à circulação de pessoas durante a época de turismo doméstico.
O surto, segundo os mesmos, terá tido origem no aeroporto de Nanjing e espalhou-se a várias regiões do país, incluindo à capital chinesa Pequim. Neste momento, os turistas estão proibidos de entrar na cidade (em plena época de férias) e os residentes são aconselhados a não sair, exceto em casos de necessidade.
China volta a tomar medidas
Trata-se de um dos maiores surtos em meses na China, tendo sido confirmado mais de 300 casos em dez dias apenas. Há 15 províncias em todo o país que já foram afetadas, o que levou o Governo chnês a impor novas medidas e testes em massa.
A alta capacidade de contágio da variante Delta pôs à prova as restritas medidas de prevenção das autoridades chinesas para conter a doença, embora especialistas locais tenham expressado que a taxa de vacinação e a experiência acumulada vão prevenir um surto em grande escala no país.
Contudo, a China ordenou o confinamento de moradores de cidades inteiras, suspendeu o transporte interno e realizou testes massivos nos últimos dias para combater o seu maior surto de coronavírus nos últimos meses. Só nas últimas 24 horas, foram identificados 90 novos casos de Covid-19, dos quais 61 por contágio local, a maioria na província de Jiangsu, no leste do país.
Pequim, por exemplo, colocou dois bairros sob quarentena e restringiu a entrada na cidade de pessoas de áreas consideradas de risco. Cidades como Nanjing e Zhengzhou também estão a conduzir testes de ácido nucleico em todos os seus habitantes.
As autoridades testaram os 9,2 milhões de habitantes de Nanjing três vezes e impuseram o confinamento na região. Mas, no fim de semana, as atenções voltaram-se para o popular destino turístico Zhangjiajie, na província de Hunan, onde surgiram muitos dos casos mais recentes. As autoridades acreditam que os viajantes de Nanjing tenham visitado a cidade recentemente.
"Zhangjiajie tornou-se, agora, o novo marco zero para a propagação da epidemia na China", disse Zhong Nanshan, o maior especialista em doenças respiratórias da China, citado pela BBC.
Já a cidade de Yangzhou, em Jiangsu, anunciou também esta terça-feira bloqueios em todos os complexos residenciais localizados em áreas urbanas, após a confirmação de 94 casos nos últimos dias. Os mais de 1,3 milhão de residentes do centro urbano de Yangzhou estão agora confinados, com cada família autorizada a enviar apenas uma pessoa à rua por dia para fazer compras, informou o Governo da cidade.
"Zhangjiajie tornou-se, agora, o novo marco zero para a propagação da epidemia na China", disse Zhong Nanshan, o maior especialista em doenças respiratórias da China, citado pela BBC.
Já a cidade de Yangzhou, em Jiangsu, anunciou também esta terça-feira bloqueios em todos os complexos residenciais localizados em áreas urbanas, após a confirmação de 94 casos nos últimos dias. Os mais de 1,3 milhão de residentes do centro urbano de Yangzhou estão agora confinados, com cada família autorizada a enviar apenas uma pessoa à rua por dia para fazer compras, informou o Governo da cidade.
Nos últimos meses, a China congratulou o seu sucesso em reduzir os casos locais a praticamente zero depois de o coronavírus ter surgido em Wuhan, permitindo que a economia se recuperasse. Mas este recente surto está a ameaçar essa taxa de sucesso chinesa, com mais de 400 casos de transmissão local registados desde meados de julho.