UE prolonga monitorização nas plataformas contra desinformação sobre vacinas

por Lusa
Francisco Seco via REUTERS

A Comissão Europeia decidiu hoje prolongar até final do ano o programa de monitorização da desinformação nas plataformas `online`, como Facebook ou Twitter, sobre vacinação anticovid-19 na União Europeia (UE), que obriga a mais esforços das redes sociais.

"Decidimos prolongar este programa devido à quantidade de desinformação perigosa que continua a inundar as plataformas", justifica a vice-presidente do executivo comunitário com a pasta dos Valores e Transparência, Vera Jourová, em comunicado de imprensa.

Além disso, é necessário "um programa de monitorização sólido e de indicadores mais claros para medir o impacto das ações empreendidas pelas plataformas [pois] estas não podem simplesmente policiar-se sozinhas", acrescenta a responsável.

No final de 2018, plataformas digitais como Google, Facebook, Twitter, Microsoft e Mozilla comprometeram-se a combater a desinformação nas suas páginas através da assinatura de um código de conduta voluntário contra as `fake news`, um mecanismo de autorregulação que nos últimos meses tem estado centrado na desinformação sobre a covid-19 (como as vacinas).

Também hoje, o executivo comunitário publicou relatórios sobre os esforços das tecnológicas no âmbito desse código de conduta para combater as notícias falsas relativa à pandemia, com Vera Jourová a destacar que estes documentos de acompanhamento "mostram como é importante poder controlar eficazmente as medidas postas em prática pelas plataformas para reduzir a desinformação".

Os relatórios indicam que o Facebook, por exemplo, "criou molduras de perfis de vacinas para encorajar as pessoas a serem vacinadas", enquanto o Twitter "introduziu avisos que aparecem na linha temporal dos utilizadores durante a Semana Mundial da Imunização em 16 países e manteve conversas sobre vacinas que receberam cinco milhões de impressões".

Já o TikTok continuou "a fornecer dados úteis", enquanto a Microsoft "redirecionou os utilizadores [...] para informação de fontes internacionais verificadas" e a Google criou anúncios com dados de autoridades públicas que "geraram 470 milhões de impressões e 83 milhões de cliques".

Na nota à imprensa, a Comissão Europeia diz ainda que, apesar destas "medidas úteis", os relatórios "ainda carecem de dados suficientes sobre o impacto das políticas tomadas para combater a desinformação relacionada com o novo coronavírus".

Foi aliás por isso que a instituição anunciou na semana passada querer "capacitar os utilizadores" das plataformas digitais, como as redes sociais Facebook e Twitter, e pô-los a assinalar informação falsa, criando "rótulos de aviso" para alertar sobre "conteúdos problemáticos", nomeadamente relacionados com a pandemia.

O executivo comunitário avançou assim com um reforço do código de conduta criado em 2018 pelo executivo comunitário e subscrito por várias plataformas digitais contra as `fake news` (notícias falsas) na internet, que terá indicadores mais claros para analisar a eficácia das medidas voluntárias adotadas.

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