Covid-19. Produtores culturais exigem testes gratuitos

por Lusa
Os promotores de espetáculos culturais defendem a gratuitidade dos testes à covid-19 Reuters

A Associação Espetáculo - Agentes e Produtores Portugueses defendem que os testes de diagnóstico à covid-19 devem ser gratuitos em eventos culturais e, como contrapartida à obrigatoriedade, pedem um aumento da lotação das salas.

"Não pode ser um custo nem nosso nem dos espetadores fazer esses testes. Há vários espetáculos já programados, com bilhetes vendidos e não podemos mudar as regras do jogo. Esses testes, compreendemos que sejam necessários, mas têm de permitir o aumento de lotação das salas. A contrapartida que precisamos que exista é um aumento da lotação das salas", reclamou Rafaela Ribas, da direção da associação.

Em comunicado a Associação Espetáculo considerou "particularmente grave e irresponsável" a decisão do Conselho de Ministros, da passada quarta-feira, que obriga a realização de testes de diagnóstico à covid-19 para a entrada em eventos desportivos e culturais e participação em eventos familiares, incluindo casamentos e batizados.

Na conferência de imprensa a seguir ao Conselho de Ministros, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, explicou que cabe à Direção-Geral da Saúde (DGS) definir o número de participantes por evento a partir do qual é exigida a realização de teste à covid-19.

Questionada pela agência Lusa, Rafaela Ribas disse que a Associação Espetáculo desconhece as regras da testagem obrigatória para os eventos culturais e também não sabe quais as conclusões da realização dos eventos-piloto, ocorridos em abril e maio em Braga, Coimbra e Lisboa.

Procura está parada


Rafaela Ribas recorda que "o setor demonstrou ser muito cumpridor de todas as regras, demonstrou que não houve contaminação e surtos" em todas as atividades culturais já realizadas, pelo que a lotação dos espetáculos deveria ser alargada perante a obrigatoriedade de realização de testes.

Segundo a empresária, a decisão de quarta-feira do Conselho de Ministros provocou "uma paragem quase total na venda de bilhetes".

"Os espetadores veem que vai ser preciso testar em eventos, há muita incerteza e isso leva a uma retração da compra e, neste momento, as bilheteiras estão paradas a aguardar uma definição melhor", lamentou.

A Associação Espetáculo pede um período transitório, nunca inferior ao início de julho, para a aplicação da obrigatoriedade de realização de testes para acesso a eventos culturais, para que os promotores se possam adaptar.

Defende ainda que os testes devem ser garantidos pelo Estado e realizados "por entidades creditadas para o efeito, fora do âmbito dos recintos dos espetáculos".
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