Teatro Experimental do Porto em teletrabalho e a negociar financiamento estatal

por Lusa

A equipa do Teatro Experimental do Porto (TEP) está em teletrabalho por causa do estado de emergência decretado devido à pandemia e a companhia está em negociações para manter o "mesmo financiamento", nos acordos públicos.

"Estamos em fase de negociações para manter o mesmo nível de financiamento nos acordos públicos, prevendo reagendamentos com pagamento de trabalhos complementares", avançou à agência Lusa o diretor artístico do TEP, Gonçalo Amorim.

Em entrevista por escrito à Lusa sobre o impacto financeiro da covid-19 e do isolamento social está a ter no Teatro Experimental do Porto, o diretor artístico diz que ainda "não deu tempo para perceber o real impacto financeiro", porque a companhia tem financiamento quase total do Estado".

Os trabalhadores do TEP estão atualmente em "teletrabalho" e estão também "garantidos os pagamentos a todos os trabalhadores", assegurou hoje Gonçalo Amorim.

Questionado sobre se estão a manter-se ativos em termos criativos e a pensar em coisas para o futuro, Gonçalo Amorim afirma que sim, mas "com a moderação" que os tempos exigem.

"São muitas as incógnitas. Ser criativo para já não se tem afigurado uma prioridade. Mas começam mesmo assim a surgir ideias, que a seu tempo serão reveladas", conclui.

Esta semana, na terça-feira, dia 07 de abril, um conjunto de dezenas de promotores e agentes culturais escreveu ao Governo e ao parlamento a pedir uma linha de crédito específica para o setor e alterações ao decreto-lei que regula os adiamentos de espetáculos.

Numa carta subscrita por um coletivo de mais de 80 agentes e produtores, a maioria dos quais também presente em várias outras posições a apelar à defesa dos seus direitos junto de autarquias e dos demais poderes públicos, é pedido ao Governo e aos partidos políticos que se defina, "sem tibiezas ou margem para dúvidas, que, nos casos de reagendamento [de espetáculos] não haverá lugar à restituição do preço dos bilhetes, o que só se infere do diploma pela via interpretativa".

Na quarta-feira, a Assembleia da República aprovou duas propostas incluídas num projeto de lei do Bloco de Esquerda (BE) para o setor da Cultura, que preveem o pagamento, por entidades públicas, de espetáculos cancelados como se se tivessem realizado.

A aprovação diz respeito a duas alterações de um artigo do decreto-lei de 26 de março, a que os agentes e produtores se referem, e que regula os espetáculos cancelados ou adiados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 87 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

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