Aplicação de fundos comunitários é "gigantesca responsabilidade", diz Costa

por RTP

O primeiro-ministro esteve nas jornadas do grupo parlamentar do PS a apresentar as linhas gerais do Plano de Recuperação e Resiliência, que também foi apresentado esta segunda-feira a todos partidos com representação parlamentar. António Costa define o emprego como a prioridade para a política económica do país, numa centralidade dada às pessoas e empresas. O chefe do executivo diz que o país “não pode perder tempo" com hesitações na execução dos fundos europeus nos próximos seis anos, tendo de conciliar "máxima transparência e mínimo de burocracia".

António Costa considera que a aplicação dos fundos comunitários para superar a crise é uma "gigantesca responsabilidade, para com a União Europeia, mas também para com o país e as novas gerações".

O primeiro-ministro defende que importa que daqui a uns anos, quando se prestarem contas aos jovens, se veja que o país mudou e que "vencemos a crise" para termos um Portugal melhor do que tínhamos em fevereiro de 2020, quando a pandemia começou.

O primeiro-ministro esteve esta segunda feira a reunir com os diferentes partidos para apresentar o Plano de Recuperação e Resiliência, que aponta três pilares fundamentais: Resiliência, transição climática e transição digital.

O plano prevê que mais de metade dos fundos europeus sejam usados no que chama de "vulnerabilidades sociais", no potencial produtivo e na competitividade e coesão social, as prioridades no capítulo da resiliência. Os fundos europeus para este plano tê um total estimado de 12,9 mil milhões de euros.

"A pior coisa que nos podia acontecer é iniciar-se este ciclo numa situação tão crítica como a atual e podermos dar-nos ao luxo de ao longo de dez anos passarmos o tempo a hesitar, a ter dúvidas e a voltar ao princípio, reabrindo as decisões que sucessivos governos vão tomando. Se, nos próximos dez anos, fizemos aquilo que foi feito nos últimos 50 anos a propósito do aeroporto de Lisboa, então daqui a 10 chegaremos ao fim com muito dinheiro gasto em estudos, mas sem se fazer nada de efetivamente concreto que altere a realidade do país", advertiu.

Neste ponto, António Costa resolver mesmo dramatizar a situação atual. "Não podemos perder tempo, porque a crise está aí, são milhares de empresas que estão ameaçadas de poder fechar, são milhares de postos de trabalho que já foram perdidos ou que estão ameaçados e assiste-se a uma perda de rendimentos no conjunto a sociedade que pode vir a atingir as famílias".

"Portanto, não podemos perder tempo. É fundamental que a União Europeia aprove definitivamente este plano, aprove definitivamente estes regulamentos, mas que o país tenha capacidade de o pôr rapidamente no terreno", salientou o primeiro-ministro.

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