Combustível. Aeroporto de Faro atinge reservas de emergência

por RTP
Reuters

A Ana Aeroportos de Portugal informou que no aeroporto de Faro já foram atingidas as reservas de emergência, estando o fornecimento de combustível suspenso, pelas empresas petrolíferas, desde ontem à noite. No aeroporto de Lisboa prevê-se a interrupção do abastecimento a partir do meio-dia desta terça-feira. É uma consequência da greve dos motoristas de matérias perigosas.

“Não tendo sido assegurados os serviços mínimos, e em função do tempo necessário para a requisição civil ter efeitos práticos, os nossos aeroportos podem ter disrupções de serviço ao nível operacional”, refere o comunicado da ANA.

A entidade que gere os aeroportos aconselha mesmo os passageiros com voos nos aeroportos de Lisboa e Faro a informarem-se junto das companhias aéreas.

“A ANA, sendo totalmente alheia a esta situação, lamenta o transtorno causado aos passageiros e espera que a situação seja resolvida com a máxima urgência pelas autoridades competentes”, refere o comunicado.

O sindicato que decretou a greve dos motoristas de matérias perigosas argumentou hoje que se prevê que ao início da tarde os aeroportos de Lisboa e Faro fiquem sem combustível.

Segundo os dados do sindicato, ao início da manhã cerca de 40% a 50% dos postos e abastecimento já estavam sem combustível.

O Governo anunciou esta manhã que iria avançar para a requisição civil dos motoristas de matérias perigosas por não terem sido cumpridos os serviços mínimos decretados.

O ministro do Ambiente e da Transição Energética de Portugal, João Matos Fernandes, afirma que a requisição civil serve apenas para garantir que todos os serviços mínimos são efetuados.

Matos Fernandes refere que não houve alternativa, pois é inaceitável o incumprimento dos serviços mínimos que pode conduzir a uma eventual rutura em sectores fundamentais.

A meio da manhã era publicada em Diário da República a portaria que efetiva a requisição civil dos motoristas em greve desde segunda-feira.

"(...) decreta-se, com efeito imediato, a requisição civil dos motoristas aderentes à greve nas empresas em que se encontra comprovado o incumprimento dos serviços mínimos", refere a portaria hoje publicada, assinada pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes.

A portaria refere ainda que, nos dias 16, 17 e 18 (entre hoje e quinta-feira), "os trabalhadores motoristas a requisitar devem corresponder aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço".

Segundo o comunicado da presidência do Conselho de Ministros, "a greve em curso afeta o abastecimento de combustíveis aos aeroportos, bombeiros e portos, bem como o abastecimento de combustíveis às empresas de transportes públicos e aos postos de abastecimento da Grande Lisboa e do Grande Porto".

A portaria hoje publicada em Diário da República diz ainda que a requisição civil produz efeitos até ao dia 15 de maio.

A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00h00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica, tendo sido impugnados os serviços mínimos definidos pelo Governo.

c/Lusa
pub