Crise energética perto do fim com reunião negocial à vista

por RTP
O SNMMP e a ANTRAM reúnem-se na terça-feira, pelas 16h00, para retomar as negociações Luís Forra - Lusa

Com a situação de crise energética que se iniciou há uma semana quase a terminar e a greve dos motoristas desconvocada, resta agora aguardar pela reunião de terça-feira entre a associação patronal ANTRAM e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, que pretendem retomar as negociações.

Apesar de os trabalhadores terem aceitado voltar às negociações com a ANTRAM, deixaram um aviso: se as suas reivindicações não forem satisfeitas, haverá uma nova paralisação, desta vez às horas extraordinárias.

O porta-voz da ANTRAM, André Matias de Almeida, avançou esta manhã à RTP que as negociações devem ter "duas balizas", começando pelas "exigências legítimas" do sindicato, em defesa dos seus trabalhadores, e por outro lado aquilo que os empregadores "podem suportar".O SNMMP e a ANTRAM reúnem-se no Ministério das Infraestruturas e Habitação na terça-feira, pelas 16h00.

Quanto à ameaça de greve às horas extraordinárias deixada pelo sindicato após o plenário de domingo, André Matias de Almeida considerou que "este não é o tempo das ameaças, é o tempo do diálogo, da negociação".

"Aceitaremos a proposta do sindicato, iremos analisá-la e estudá-la", garantiu.

Com a decisão do Governo de terminar à meia-noite a situação de crise energética, termina também a rede REPA exclusiva, passando estes postos de abastecimento a poder vender mais do que os 15 litros até agora definidos para os consumidores em geral.
Semana de “grande civismo”
O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta segunda-feira que o facto de, no final da greve dos motoristas, haver "um único auto de notícia levantado demonstra bem como a legalidade democrática foi respeitada", agradecendo o esforço de todas as forças de segurança.

De acordo com António Costa, "só foi levantado um auto de notícia visto que as pessoas, assim que notificadas sobre a obrigação que a requisição civil impunha e ficando esclarecidas, acataram a requisição e portanto não houve nenhuma situação de incumprimento".

Felizmente, na perspetiva do chefe do executivo, "foi uma semana vivida com grande civismo, onde não houve situações de confronto nem de violência, onde houve o acatamento generalizado da legalidade".

"E queria expressar aqui pessoalmente, quer aos senhores comandantes da GNR e ao senhor diretor nacional da PSP, para além de todas as forças e serviços de segurança, o nosso agradecimento pela forma como tudo correu e como souberem garantir a legalidade democrática", acrescentou.
Militares fizeram 161 transportes
De acordo com o Ministério da Administração Interna, durante a semana de greve a GNR e a PSP asseguraram, no total, o transporte de combustível em 139 veículos pesados, empenhando 158 elementos nesta operação.

Os militares fizeram 161 transportes e 26.341 quilómetros para levar 5.146.945 litros de combustível, sendo que a maior parte dos pedidos foram provenientes de Aveiras de Cima.

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, garantiu esta segunda-feira que a ação de militares das Forças Armadas durante a greve dos motoristas não pôs em causa as "missões habituais" da Marinha, Força Aérea e Exército.

"Foi possível fazer este esforço sem pôr em causa as missões habituais, quer seja de defesa de soberania, quer sejam outras, nomeadamente de apoio à Proteção Civil", assegurou o ministro.

c/ Lusa
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