A União Europeia pretende que em 2050 um quarto do consumo de energia provenha de uma fonte de electricidade limpa. No Mar do Norte, está a ser instalado o maior parque eólico do mundo em superfície marítima, que irá constituir uma alternativa aos combustíveis fósseis altamente poluentes.
O investimento nestas plataformas das energias renováveis gera novas indústrias e, consequentemente, novos postos de trabalho. Está a nascer a chamada Economia Azul europeia.
Em tempos de desafios ambientais e redução da dependência dos combustíveis fósseis, a União Europeia começou a promover legislação a favor das energias renováveis.
Em tempos de desafios ambientais e redução da dependência dos combustíveis fósseis, a União Europeia começou a promover legislação a favor das energias renováveis.
O compromisso da União, ao abrigo do Acordo de Paris de 2015 sobre as Alterações Climáticas, deu luz verde a políticas e “Estratégias sobre Energias Renováveis Marítimas”.
A meta europeia é aumentar em 20 vezes a produção de energia eólica marítima até à década de 50 do século XXI, colocando o Velho Continente num patamar de plena liderança global.
Foto: Yves Herman - Reuters
Foto: Yves Herman - Reuters
As regiões costeiras irão beneficiar de novas infraestruturas portuárias, o que se traduz em novas áreas de empregabilidade. Atualmente, contam-se 62 mil empregos nos quais a mão-de-obra qualificada é uma exigência. A tendência é para aumentar as áreas produtivas e renovação das já existentes.
No Mar do Norte, 94 turbinas eólicas estão a ser implantadas a 22 quilómetros da costa holandesa. Ligadas ao fundo do mar, a uma profundidade de 14 a 40 metros, formarão o maior parque eólico marítimo em águas dos Países Baixos. O objetivo é servir energia a pelo menos um milhão de lares.
A Bélgica protagoniza também um grande investimento no setor eólico.
O porto de Oostende é palco de grande azáfama. Por aqui passa, entre outros, Apollo, um dos recentes e modernos navios que transporta as pás de 81 metros de comprimento que constituem as turbinas.
Estes navios de instalação movem as diferentes peças desde o porto para mar alto onde estão a ser implantados os parques eólicos.
Foto:Carregamento de pá eólica, Porto de Oostende | Euronews
Jan Claes, gestor do projeto da Siemens Gamesa Renewable Energy, citado na Euronews, explica que o crescimento do setor obriga a que a envergadura das pás seja cada vez maior, para produzir mais energia. Quanto mais se produz energia ecológica, mais é consumida. “De uma ponta à outra das pás, cabe um A380, o maior avião de passageiros do mundo. As pás cobrem a superfície de três grandes campos de futebol do campeonato da UEFA”.
As maiores pás de turbinas eólicas do mundo têm 107 metros de comprimento e são produzidas na cidade francesa de Cherbourg, na região da Normandia. “Temos cerca de 400 trabalhadores e o nosso objetivo é, daqui a um ano, estarmos a produzir quatro pás por mês” , declara Eric Petit, diretor da fábrica LM Wind Power, citado na Euronews.
A Dinamarca também está na corrida na produção de energias renóvaveis. No mar Báltico cresce o parque eólico Kriegers Flak, que pretende ficar ligado à rede dinamarquesa e alemã.
Foto: Yves Herman - Reuters
A inovação tecnológica não está apenas nas mãos de gigantes. Pequenas empresas, desenvolvidas com financiamentos da União Europeia, apresentam projetos em que a aplicação prática da energia alternativa eólica pode fazer a diferença, por exemplo em pequenas ilhas.
Os equipamentos instalados no mar podem fornecer energia necessária à dessalinização da água em territórios com escassez energética e água doce.
Os equipamentos instalados no mar podem fornecer energia necessária à dessalinização da água em territórios com escassez energética e água doce.
Para a Comissão Europeia, o grande desafio está agora na recuperação económica pós-pandemia da Covid-19. Em cima da mesa está a necessidade de 800 mil milhões de euros de investimento privado, para que o setor eólico continue em expansão.