Encomendas ao cliente final "cresceram gigantescamente"

por Lusa

Redação, 28 mai 2020 (Lusa) -- O presidente executivo dos CTT, João Bento, disse hoje que as encomendas para o cliente final "cresceram gigantescamente" durante o confinamento, mas que isso não chegou para colmatar a queda em outros segmentos. 

Durante um `webinar` organizado pelo ISCTE Executive Education, no âmbito do ciclo Real-Life Flash Talks, o gestor, sem dar números, indicou que a pandemia teve um "impacto muito positivo em volume", no que diz respeito do segmento `B2C`, ou seja da empresa que produz ou vende os produtos para os clientes finais.

"Estamos com valores de encomendas acima do Natal passado ou da `Black Friday`", indicou, alertando no entanto que o custo unitário de uma entrega `B2C` é maior que `B2B`, ou seja de empresa para empresa. "Distribuir 100 encomendas num centro comercial tem um custo, mas ir a 100 casas é mais caro", realçou.

O presidente dos CTT admitiu uma "queda brutal de proveitos", tendo em conta a redução de atividade nos outros setores. "Perdemos muito mais em cartas do que aumentamos encomendas", reconheceu.

João Bento destacou ainda o lançamento das lojas `online` CTT que já estava programado, mas acabou por acontecer numa altura em que muitas empresas encerraram e não puderam vender os seus produtos de forma mais tradicional.

A empresa está ainda a trabalhar num modelo de construção de rotas, que passa por "adequar o giro em função da carga que vai para os carros".

"São algoritmos de rotas dinâmicas, tendo por base a disponibilização de dados" e que irão ajudar a um processo de entregas mais eficiente e integrado, referiu.

O presidente dos CTT deu ainda conta das dificuldades colocadas pelo encerramento de fronteiras. "No pior dia chegamos a ter correio disponível apenas para seis países", disse, indicando que os CTT sentiram "um impacto de negócio expressivo no tráfego para as ilhas, que é muito intenso e diário", sendo que a disponibilidade de voos caiu drasticamente.

"Com o fecho do tráfego internacional estamos a distribuir encomendas enviadas em fevereiro. Havia 210 toneladas de correio a caminho dos CTT que a China Post não sabia bem onde estavam. Entram centenas de paletes de repente, que vieram por terra", destacou.

Em entrevista à Lusa, publicada a 22 de maio, João Bento indicou que o plano de retoma da atividade da empresa à normalidade está "pensado até setembro", pendente das orientações das autoridades de saúde, admitindo prosseguir com "formas de teletrabalho parcial".

"Já temos um plano de desenvolvimento de regresso à normalidade que está pendente das orientações que nos sejam direcionadas e também com o evoluir da pandemia", afirmou o gestor, quando questionado sobre como está a ser planeada a retoma da atividade da empresa à normalidade.

"Trata-se de um plano pensado até setembro para os três grandes universos de trabalhadores - a rede de retalho, as pessoas que trabalham em lojas; as operações, que incluem os carteiros, que constituem o maior grupo dos nossos colaboradores; e todos os serviços centrais e de apoio que inclui as pessoas afetas à sede, sendo que estes na sua maioria, foram capazes de realizar o seu trabalho a partir de casa", explicou João Bento.

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