Governo prevê que PIB se fixe este ano 0,8% acima do nível de 2019

por Lusa
Reuters

O Governo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 5% este ano, fixando-se 0,8% acima do nível pré-pandemia, e suba 3,3% em 2023, impulsionado pelo Programa de Recuperação e Resiliência, segundo o Programa de Estabilidade (PE).

O cenário macroeconómico do PE para o período 2022-2026, divulgado esta segunda-feira pelo parlamento, aponta para um crescimento de 5% em 2022 e de 3,3% no próximo ano, seguido de uma expansão de 2,6% em 2024 e 2025 e de 2,5% em 2026, conforme o ministro das Finanças, João Leão, havia adiantado na sexta-feira, 25 de março, em conferência de imprensa.

"Para o ano de 2022 prevê-se ainda a continuação de uma forte recuperação da economia portuguesa com um crescimento de 5%. Desta forma, prevê-se que a economia supere o nível pré-pandemia, ficando o PIB 0,8% acima do nível de 2019", refere o documento enviado pelo Ministério das Finanças à Assembleia da República na sexta-feira, mas só hoje divulgado.

Os 5% agora considerados para 2022 constituem uma revisão em baixa face aos 5,5% que inicialmente o Governo previa para este ano e que já tinha admitido que iria rever, tendo em conta o cenário colocado pela guerra na Ucrânia.

O Governo explica que "o crescimento previsto para 2022 beneficia de uma forte recuperação das exportações, em particular da exportação de serviços que em 2021 ainda se encontrava mais de 20 pontos percentuais abaixo do nível de 2019", antecipando também um contributo "significativo do investimento, que beneficiará da implementação do Plano de Recuperação e Resiliência e do forte crescimento do investimento público (30%)".

Este ano, o Governo prevê que as exportações portuguesas aumentem 13,1%. "O levantamento das restrições à mobilidade internacional e o ritmo de vacinação a nível global contribuirão para uma recuperação forte do turismo e serviços de transporte associados, especialmente a partir do segundo trimestre de 2022", justifica o documento.

O Governo estima ainda que as exportações aumentem 5,2% em 2023, 4,1% em 2024 e 2025 e 4% em 2026, enquanto as importações vão crescer 11,5% este ano, 4,1% em 2023, 4% em 2024 e 3,8% em 2025 e 2026.Taxa de desemprego de 6%

Segundo o PE 2022-2026, o executivo espera ainda que a taxa de desemprego caia dos 6,6% registados em 2021 para 6% este ano, quando na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), entregue em outubro e chumbada, estimava 6,5%.

"Ao nível do mercado de trabalho, estima-se que o emprego cresça 1,3% em 2022, resultando na diminuição da taxa de desemprego para 6%, prevendo-se deste modo um valor inferior ao verificado no período pré-pandémico (2019)", refere o documento.

No cenário macroeconómico, o executivo antecipa ainda uma redução da taxa de desemprego para 5,8% em 2023 e de 5,6% em 2024, reduzindo-se para 5,4% em 2025 e para 5,2% em 2026.Subida da inflação para 2,9% 
O executivo estima ainda uma aceleração da taxa de inflação de 1,3% em 2021 para 2,9% em 2022, o que compara com os 0,9% previstos na proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), chumbada em outubro.

A evolução para este ano deverá resultar sobretudo de uma inflação superior a 4% no primeiro semestre deste ano, desacelerando para uma taxa abaixo de 2% no segundo semestre.

"Assume-se ainda que o diferencial do IHPC entre Portugal e a zona euro continua positivo, em linha com o verificado em 2021 e nos primeiros meses de 2022", refere o documento.

O executivo prevê uma redução da taxa de inflação em 2023 e nos anos subsequentes até 2026, para 1,7%.
Carga fiscal recua
O Governo estima também que a carga fiscal fique este ano num nível equivalente a 35,2% do PIB, caindo 0,4 pontos percentuais face ao valor previsto para 2021.

A tendência, segundo o PE, será de queda até ao final do horizonte das projeções, com a carga fiscal a recuar para os 34,9% do PIB em 2023, passando para 34,7% no ano seguinte.

Para 2025, a projeção aponta para que aquele indicador fique nos 34,4% do PIB, atingindo, um ano depois, um valor equivalente a 34% do Produto Interno Bruto - o que corresponderá à carga fiscal mais baixa desde 2013, segundo a informação divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

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