Groundforce reitera pedido para que TAP reverta decisão de pedir insolvência

por RTP
Lusa

Em comunicado, a empresa de handling volta a pedir para que a TAP reverta a decisão de pedir insolvência, assume responsabilidades e pede ao Governo para assumir também. Culpa a crise no setor turístico e volta a criticar a falta de apoios em contexto pandémico por parte do Executivo.

“Um processo de insolvência não deixa tudo na mesma. Pelo contrário, deixa a Groundforce em total estrangulamento, como tive oportunidade de explicar aos trabalhadores na comunicação que lhes enviei no passado dia 14 de maio", escreve o presidente do Conselho de Administração da empresa de handling, Alfredo Casimiro.

"Com o pedido de insolvência, caem por terra todos os esforços que temos feito para salvar a empresa", lê-se no mesmo comunicado.

A Groundforce culpa a crise no setor turístico e voltam a criticar a falta de apoios por parte do Governo, relembrando ao longo do comunicado uma missiva enviada ao ministro das Infraestruturas onde se tenta sensibilizar para a situação e suas consequências.

“Com este estrangulamento, todos perdem. Perdem os trabalhadores, perde a TAP, perdem as outras 62 companhias aéreas nossas clientes, perde a economia nacional, perdem os Portugueses e perde o País”, refere.

“Não desistimos. Por isso, tudo faremos para inverter e resolver esta situação. Assumimos as nossas responsabilidades.
Esperamos que todos assumam as suas”, é a mensagem que fecha o comunicado.

Ao agudizar a instabilidade, a insolvência retira à Groundforce e à TAP condições para se dar início ao processo de recuperação económica e financeira, considera a empresa de handling, elencando as implicações da declaração de insolvência.

Para o presidente do conselho de Administração, isso pode conduzir à rutura operacional da empresa, sobretudo com os fornecedores, que ponderam suspender os fornecimentos. Pode comprometer o pagamento dos salários de maio aos trabalhadores, até agora salvaguardado, dificulta a operação de venda que se encontra em curso e bloqueia o acesso ao financiamento de curto prazo junto da banca e, por fim, prejudica a TAP, que, sendo simultaneamente acionista e credora, será a última entidade a receber o que lhe é devido após a insolvência.

O gestor refere os esforços para sair dos prejuízos e afirma que em 2020, no início da pandemia, se encontrava em total equilíbrio financeiro. “Em 2020, a pandemia paralisou a aviação. Também a Groundforce, que se encontrava em total equilíbrio financeiro, se deparou com uma situação sem precedentes”, afiança.

“À semelhança do que aconteceu com a TAP, a Groundforce também solicitou o apoio do Estado para enfrentar as consequências dramáticas da paralisação quase total da atividade”, refere o presidente do Conselho de Administração da Groundforce, Alfredo Casimiro.

“Porém, a Groundforce não obteve, até ao momento, resposta positiva por parte do Estado e do Governo da República para um aval de 30 milhões de euros. Pelo contrário. A resposta por parte do Banco Português de Fomento ao pedido de um aval público de 30 milhões de euros foi negativa. Uma decisão totalmente incompreensível e cuja justificação alega a ausência de disponibilidade financeira robusta dos acionistas. Tal justificação só poderá referir-se à TAP e à Portugália, pois as contas da Pasogal são positivas e sólidas”, lê-se no comunicado.

A empresa diz que o pedido de insolvência apresentado pela TAP vem dificultar e mesmo por em causa as negociações em curso. “Além disso, coloca em causa os seus atuais 2400 postos de trabalho”.

“A resposta negativa ao pedido de apoio público e o recente pedido de insolvência estrangulam e inviabilizam uma empresa viável e lucrativa em condições de mercado normais - a Groundforce. A verdade é que, com este estrangulamento, todos perdem”, enfatiza o comunicado.
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