Portugal com cortes nas quotas de pesca abaixo das propostas de Bruxelas

por RTP
Reuters

Os ministros das Pescas da União Europeia alcançaram esta terça-feira um acordo sobre os totais de capturas e a distribuição de quotas para o próximo ano. Os pescadores portugueses terão de capturar menos pescada, linguado e lagostim. Ainda assim, os cortes ficam abaixo das propostas formuladas há um mês pela Comissão Europeia, sublinha o ministro do Mar.

O entendimento sobre a repartição de quotas de pesca em águas do Atlântico, do Mediterrâneo, do Mar do Norte e do Mar Negro foi obtido ao cabo de dois dias de negociações em Bruxelas. A reunião ministerial começou no domingo, foi ontem retomada e só foi dada por concluída às 9h00 desta terça-feira (8h00 em Lisboa).

Portugal foi representado pelo ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, que entretanto adiantou, em comunicado, o que coube à frota pesqueira do país.

No próximo ano, haverá uma quebra de oito por cento relativamente ao total admissível de capturas de pescada, para 2.284 toneladas, por comparação com 2021. Bruxelas propunha um corte de 18 por cento.

Quanto ao linguado, a redução é de cinco por cento, para 407 toneladas, sendo que a Comissão Europeia propunha 15 por cento. As capturas de lagostim sofrem a mesma redução, em vez de 16 por cento, para 266 toneladas.

Por outro lado, aumentam os totais admissíveis de capturas de carapau, tamboril e areeiro. Outro dos resultados obtidos no acordo diz respeito aos limites para as capturas de bacalhau, tendo em conta as negociações previamente concluídas com a Noruega: ficou determinado um corte de cinco toneladas.

O ministro do Mar recorda, no mesmo comunicado, que o acordo selado em setembro no seio da Organização de Pescas do Atlântico Noroeste fez subir em 168 por cento, para as 784 toneladas, a quota de Portugal para a pesca do bacalhau. O que compensaria as reduções na Noruega.

Decorrem ainda negociações sobre a captura de bacalhau para o arquipélago de Savlbard – o acordo deverá ser alcançado até janeiro.
O resultado das negociações, afirmou entretanto o ministro do Mar aos jornalistas, "comprova que o esforço que tem sido feito para a sustentabilidade dos nossos recursos está a ser um sucesso".
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