Presidente executivo da TAP pede união do país e garante que vai "trabalhar com o que tem"

por RTP

Antonoaldo Neves disse esta terça-feira na Assembleia da República que é preciso que o país se una para salvar a companhia aérea da pandemia e preparar o plano para o futuro. Para o presidente executivo da empresa, o "caminho devia ter sido outro" no plano de apoio à transportadora aérea.

"Não vamos ficar reclamando e chorando", garante Antonoaldo Neves, garantindo que vai "trabalhar com o que tem", apesar de considerar que a ajuda podia ter vindo através do mecanismo de compensação por danos.

O responsável considerou perante os deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação que “é possível enviar um plan de reestruturação para Bruxelas”, até porque considera que a TAP tem um modelo de negócio viável.

Antonoaldo Neves diz que a melhor estratégia agora é proteger o dinheiro dos acionistas, no atual cenário de incerteza. "Todo o dia muda tudo", diz o gestor, referindo-se à abertura ou fecho de fronteiras e, com isso, a indefinição na política de rotas. O responsável argumenta que se deve agora preserevar ao máximo a empresa para aguentar até ao fim da pandemia.
União para salvar a TAP
Antonoaldo Neves defendeu ainda que a companhia aérea não teria sobrevivido à pandemia se não fossem os investimentos que fez nos últimos quatro anos, por exemplo, com a renovação de frota e aumento de rotas, nomeadamente para os Estados Unidos.

"O desafio é muito grande e é global. [...] A procura não vai vir na velocidade que a gente gostaria. É muito importante neste momento o país se unir à volta do plano futuro da TAP", acrescentou.
Comissão Europeia "extremamente dura"
O presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, disse hoje não esperar "nada menos do que uma Comissão Europeia extremamente dura" nas contrapartidas exigidas à companhia aérea pelo auxílio que vai receber de até 1.200 milhões de euros.

"Não espero nada menos do que uma Comissão Europeia extremamente dura com a TAP", admitiu Antonoaldo Neves.

O responsável lamentou não ter sido dado à TAP auxílio estatal em forma de garantias, para pagamento de empréstimos com os bancos privados.

Antonoaldo Neves considerou mesmo "injusta" a decisão da Comissão Europeia de não permitir que a TAP recorra ao mecanismo especial de apoio às companhias aéreas, no contexto da pandemia de covid-19, por considerar que a transportadora que lidera estava já com problemas antes do surto.


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