Sindicatos vão reunir-se com administração da Autoeuropa no dia 7 de setembro

por RTP
Rui Minderico - Lusa

Os sindicatos dos trabalhadores da Autoeuropa vão reunir-se com administração no dia 7 de setembro. A informação foi revelada aos jornalistas esta quarta-feira por fonte sindical.

"Há informação de que a administração já comunicou que quer reunir com a comissão sindical, e com o sindicato SITE Sul, no próximo dia 7 [de setembro]", revelou uma fonte sindical esta quarta-feira à porta da empresa, em Palmela.

Os sindicatos garantiram também que se registou uma total adesão no turno da tarde, à semelhança do que tinha acontecido nos outros turnos.

Rogério Silva, da Federação Intersindical das Indústrias, voltou a reiterar à RTP que a vontade dos trabalhadores da Autoeuropa é dialogar. "A administração deve interpretar aquilo que está a ser esta greve e retirar as ilações".

"Isso significa que a administração deve retirar de cima da mesa a intenção de aplicar estes horários e estudar alternativas e nós cá estaremos", acrescentou ainda Rogério Silva.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul - SITE SUL - já tinha revelado esta quarta-feira que havia condições para uma solução mas que era "preciso haver diálogo".

A produção na Autoeuropa está parada devido à greve que começou às onze e meia da noite de terça-feira. O protesto é de de 24 horas e representa, por parte dos trabalhadores, a recusa dos novos horários, com trabalho obrigatório ao sábado, como sendo um dia normal de trabalho, para assegurar a produção de um novo modelo automóvel."Trabalhadores não podem ser esmagados por horários"
Esta é a primeira greve interna em 26 anos de Autoeuropa. A produção na empresa está parada por causa da greve que começou às onze e meia da noite de terça-feira. Uma greve que pode custar até cinco milhões de euros porque está em causa a produção de 400 automóveis.

O secretário-geral da CGTP já se pronunciou sobre a reunião da administração da Autoeuropa com os sindicatos, no dia 7 de setembro. Arménio Carlos adiantou à RTP que deseja que este facto seja o início de um processo negocial mas afirma que "não basta a reunião".

"É preciso que a empresa também tenha em consideração o impacto que esta greve hoje teve, a sensibilidade dos trabalhadores e a forma massiva como aderiram para retirar a proposta que apresentou anteriormente".

O sindicalista dissse ainda que o que se quer é "mais trabalhadores a entrar para a Autoeuropa, que se crie mais emprego e que se melhore as condições de vida e trabalho de todos os que lá estão".

Mas ressalva que "é preciso respeitar os direitos dos trabalhadores e, particularmente, a sua vida pessoal e familiar, articulando-a com a sua vida profissional".

"Os trabalhadores não podem ser esmagados por horários unilateralmente, impostos pela empresa sem terem em consideração o descanso semanal e, muito menos, a sua ligação com a família", concluiu Arménio Carlos.

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