AD sai vencedora, Chega apanha PS e Livre é o único a subir à esquerda
"O povo quer este Governo e não quer outro. O povo quer este primeiro-ministro e não quer outro", destacou. "Espera-se sentido de Estado, sentido de responsabilidade, respeito pelas pessoas e espírito de convivência na diversidade mas também de convergência e salvaguarda do interesse nacional".
Após esta eleição, "a moção de confiança que o povo endereçou hoje ao Governo é suficiente para que todos assumam as respetivas responsabilidades", assinalou Montenegro, exigindo ainda "maturidade" das forças políticas.
Confrontado com esta vitória para o Chega e derrota para o PS, o socialista Pedro Nuno Santos apresentou a demissão e anunciou eleições internas no partido.
“Pedirei eleições internas às quais não serei candidato”, declarou o secretário-geral socialista no seu discurso ao final da noite. “Mas como disse Mário Soares, só é vencido quem desiste de lutar e eu não desistirei de lutar. Até breve, obrigado a todos”.
Questionado pelos jornalistas sobre o que correu mal, Pedro Nuno considerou ser cedo para avaliações, mas concluiu que os "partidos que provocaram a instabilidade foram premiados".
"Nós fizemos o nosso melhor, denunciámos aquilo que estava mal na governação (...). Não foi suficiente", afirmou, acrescentando não ser "a pessoa certa para fazer juízos".Chega declara fim do bipartidarismo
André Ventura disse ter feito história esta noite ao tornar o Chega "o segundo maior partido" nas eleições legislativas. "Podemos declarar oficialmente, e com segurança, que acabou o bipartidarismo", vincou.
Sobre futuros cenários de governabilidade, o líder do Chega afirmou que o próximo Governo "depende do Chega e só do Chega", mas não esclareceu se viabilizará o programa do próximo Executivo no Parlamento.
Em quarto lugar, tal como no ano passado, ficou a Iniciativa Liberal. O partido de Rui Rocha passou a nove deputados, mais um do que em 2024, conquistando 5,53 por cento dos votos.
"Não foi possível crescer mais, assumo esse ponto. Mas olhando para trás, para esta legislatura, para a campanha que fizemos, eu não teria feito nada diferente", afirmou, dizendo estar disponível "para as conversas dos próximos dias e para todos os contactos".
O Livre foi uma das surpresas desta noite eleitoral, pulando para quinta força política com 4,20 por cento dos votos e seis deputados (mais dois do que já tinha conquistado)."Nós vamos dinamizar um grande movimento democrático e progressista no nosso país, porque este é o início da reviravolta", garantiu Rui Tavares.
"Nós não nos conformamos, nós não baixamos os braços, e nós não achamos que seja normal ter um país em que a direita se radicalizou e está num crescendo muito grande, com a extrema-direita com tantos deputados", acrescentou.
Já a CDU perdeu um mandato, ficando agora com apenas três (depois de obter 3,03 por cento dos votos), mas conseguiu passar à frente do Bloco de Esquerda. Paulo Raimundo prometeu que o partido enfrentará com "muita coragem" a direita e a extrema-direita.
O porta-voz da CDU saudou, "de forma particular, a juventude" que deu a "esta campanha eleitoral uma expressão de grande dinâmica, de grande audácia, uma expressão eleitoral que teve frutos no presente e vai ter frutos no futuro".
O Bloco de Esquerda foi um dos derrotados da noite, ficando-se pelos dois por cento de votos (menos de metade em relação ao ano passado) e elegendo apenas a deputada Mariana Mortágua.
A perda de quatro deputados foi reconhecida pela coordenadora do BE como uma derrota. “Assumir essa derrota é o primeiro passo para fazermos em conjunto a reflexão que temos de fazer", considerou, aproveitando para garantir "a toda a esquerda em Portugal" que "o Bloco de Esquerda está aqui"."Temos muito trabalho pela frente para construir a esquerda e alargá-la, e para enfrentar a extrema-direita", acrescentou Mortágua.
O PAN conseguiu, por sua vez, manter a deputada única Inês Sousa Real, apesar de ter decrescido em número de votos: alcançou 1,36 por cento. "Gostaríamos de ter elegido um grupo parlamentar", admitiu a porta-voz, acrescentando que "o voto útil acabou por prejudicar mais uma vez a pluralidade democrática".
"Hoje é um dia triste do ponto de vista democrático para vários partidos e não apenas o PAN", frisou Inês Sousa Real, referindo-se ao crescimento da direita.
Por fim, com 0,34 por cento dos votos, o Juntos Pelo Povo alcançou representação parlamentar, elegendo um deputado. Filipe Sousa considerou preocupante o crescimento do Chega nestas eleições.
"Quando os governos falham, os extremismos aumentam. E a verdade é que o crescimento do Chega é preocupante", declarou aos jornalistas.
Luís Montenegro: "O povo quer este Governo e não quer outro"
Montenegro reivindica voto de confiança na AD, no governo e no primeiro-ministro
"O povo falou e exerceu o seu poder soberano. No recato da sua liberdade, aprovou, de forma inequívoca, um voto de confiança no Governo, na AD e no primeiro-ministro", lançou Luís Montenegro.
"O povo português quer este Governo e não quer outro", prosseguiu o número um da Aliança Democrática.
"O povo quer este primeiro-ministro e não quer outro; o povo quer que este Governo dialogue com as oposições, mas o povo também quer que as oposições respeitem e dialoguem com este Governo e com este primeiro-ministro", insistiu.
"Fizemos história". André Ventura diz ter acabado com o bipartidarismo em Portugal
Foto: Rodrigo Antunes - Reuters
“Hoje podemos declarar oficialmente e com segurança que acabou o bipartidarismo em Portugal”, declarou, prometendo que “nada ficará como dantes em Portugal a partir do dia de hoje”.
“O Chega superou o partido de Mário Soares, de António Guterres. O Chega matou o partido de Álvaro Cunhal. O Chega varreu do mapa o Bloco de Esquerda”, declarou.
“Varremos o mapa do país com uma votação histórica em todo o lado”, disse André Ventura. “O Chega não é do sul nem do centro. O chega é o futuro do Governo em Portugal”, acrescentou.
André Ventura diz que "há uma azia muito grande" nas televisões e nos jornais, afirmando que o problema de saúde que sofreu na reta final da campanha foi "desvalorizado”.
“Apesar de toda a mentira e de todos os ataques, de chegarem ao ponto de desvalorizar a saúde de alguém e o seu sofrimento, quero dizer que não vencemos contra ninguém nem vamos atrás de ninguém. Nós fizemos e vencemos pelos portugueses e é para eles que vamos trabalhar nos próximos anos”, declarou.
O líder do Chega sublinha, no entanto, que não conseguiu ainda alcançar o objetivo de vencer as eleições e afirma: “Não conseguiremos a transformação que precisamos e que o país precisa enquanto não liderarmos este Governo”.
"Eu ouvi o PS dizer que não apoiará nem sustentará este Governo. O Governo de Portugal depende do Chega e só do Chega", afirmou Ventura.
Questionado diretamente se admite viabilizar o programa do próximo Governo no parlamento, André Ventura não esclareceu, remetendo o tema para os próximos dias.
"Os portugueses sabem que o Chega sempre foi e lutou por ser um garante de estabilidade, mas também de firmeza na luta contra a corrupção, interesses instalados e sem ceder um milímetro. (...) Mas também não quero deixar de dizer que o Chega sempre foi um partido responsável. Tornou-se um partido de poder e de governo por mérito próprio e vai honrar essa tradição", afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas, André Ventura respondeu que "hoje é o dia de assinalar um crescimento e uma vitória históricos". "Teremos tempo para falar sobre governo e sobre cenários", acrescentou.
Bolieiro argumenta que vitória da coligação PSD/CDS-PP e PPM nos Açores confirma confiança em projeto
"O primeiro-ministro vê reforçada a sua legitimidade e assumiu nos últimos 11 meses de governação uma atitude diferente relativamente aos compromissos do Estado para com o país e em particular com os Açores", apontou José Manuel Bolieiro, para acrescentar que "o povo decidiu bem".
A eleição de três deputados, continuou, vai "reforçar a defesa dos Açores". Por outro lado, arguiu que a redução de votos face a 2024 decorre da abstenção e da "transferência de votos" para outra força.
Nos Açores, a coligação obteve 32,26 por cento dos votos, o PS 28,41 por cento e o Chega chegou aos 15,91 por cento A abstenção foi de 57,12 por cento.
"Irei trabalhar em estreita colaboração com o próximo Governo de Portugal"
"Irei trabalhar em estreita colaboração com o próximo Governo de Portugal para tornar a Europa mais forte, mais próspera e mais autónoma", acrescenta António Costa.Transmiti a @LMontenegro_PT as minhas felicitações pela sua vitória eleitoral.
— António Costa (@eucopresident) May 18, 2025
Irei trabalhar em estreita colaboração com o próximo Governo de Portugal para tornar a Europa mais forte, mais próspera e mais autónoma.
Estes podem ser tempos difíceis. Mas sei que, tal como no…
"São tempos duros e difíceis para a esquerda". Pedro Nuno anuncia demissão da liderança do PS
"Fizemos uma boa campanha, mas nós não conseguimos ganhar estas eleições. O povo português falou com clareza e nós, como sempre (...) respeitamos a decisão do povo português".
Pedro Nuno contactou já Luís Montenegro para o felicitar pela vitória e pediu que "saiba honrar a confiança que os portugueses lhe deram".
"A mim não cabe ser o suporte deste Governo. E penso que este papel também não deve caber ao Partido Socialista", declarou Pedro Nuno Santos.
"Estas são, na minha opinião, mais do que razões suficientes para que o Partido Socialista não suporte um Governo, nem dê suporte a um Governo de Luís Montenegro".
"Cresceu muito, tornou-se mais violenta, mais agressiva e mais mentirosa", afirmou. "Sentimos ao longo desta campanha a agressividade, a violência e a mentira da extrema-direita que, infelizmente, cresceu".
E sublinhou: "A extrema-direita deve ser combatida, sem complacência, com coragem e firmeza, sem medo".
"Acho que honrei a história do partido. Foi isso que tentei fazer", disse. "Tenho muito orgulho no partido que liderei, tenho muito orgulho no trabalho que fizemos, tenho muito orgulho no Partido Socialista".
E agradecendo a todos os militantes e apoiantes, assumiu ainda as "responsabilidades como líder do partido" e anunciou que vai pedir "eleições internas à Comissão Nacional".
Eleições às quais não se vai candidatar, como afirmou.
"Não serei candidato".
E citando Mário Soares: "só é vencido quem desiste de lutar".
"Nós fizemos o nosso melhor, denunciamos aquilo que estava mal na governação (...). Não foi suficiente", afirmou, acrescentando não ser "a pessoa certa para fazer juízos".
Ainda abordado sobre a demissão que acabou de anunciar, Pedro Nuno respondeu: "deixo de ser secretário-geral a partir do momento em que puder, se puder ser já".
O secretário-geral do PS considerou que as razões que levaram os socialistas a defender uma comissão de inquérito ao primeiro-ministro se mantêm "intocáveis" e que Luís Montenegro "não tem a idoneidade necessária para o cargo".
"As razões que nos levaram a defender uma comissão parlamentar de inquérito mantêm-se intocáveis, infelizmente para todos nós", respondeu Pedro Nuno Santos aos jornalistas nas declarações durante as quais anunciou a sua demissão do cargo de líder do PS, depois da pesada derrota nas legislativas antecipadas.
Abstenção no nível mais baixo em três décadas
O valor não inclui ainda os eleitores no estrangeiro, cujos número só serão divulgados a 28 de maio.
Recorde-se que a taxa de abstenção nas legislativas do ano passado foi de 40,16 por cento, a mais baixa desde 2005.Nas eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022, quando António Costa foi reeleito com maioria absoluta, a abstenção situou-se nos 48,54 por cento.
Líder do PS abre caminho a eleições no partido
O anúncio da saída de cena foi feito depois de Pedro Nuno defender que não caberá aos socialistas serem "o suporte deste Governo" e que "este papel também não deve caber ao PS".
"Não me cabe ser o suporte deste governo e penso que este papel também não deve caber ao PS", sustentou o líder cessante dos socialistas, que reconheceu que estes são "tempos duros e difíceis para a esquerda e o PS".
Rui Rocha assume que resultado não foi o esperado mas "não teria feito nada diferente"
Foto: António Pedro Santos - Lusa
O líder dos liberais diz que estará disponível "para as conversas dos próximos dias e para todos os contactos", mas sublinha que vai continuar a fazer o seu papel no Parlamento.
"As maiorias estão constituídas. O nosso papel será o de defendermos as nossas ideias no Parlamento", afirmou. "Continuaremos iguais a nós próprios, com a firmeza dos nossos valores", rematou.
PAN considera que é "dia triste do ponto de vista democrático"
Foto: Manuel de Almeida - Lusa
"Hoje é um dia triste do ponto de vista democrático para vários partidos e não apenas o PAN", frisou Inês Sousa Real, referindo-se ao crescimento da direita.
Rui Tavares frisa que "este é o início da reviravolta"
Foto: André Kosters - EPA
"Nós não nos conformamos, nós não baixámos os braços, e nós não achamos que seja normal ter um país em que a direita se radicalizou e está num crescendo muito grande, com a extrema-direita com tantos deputados".
O deputado disse ainda ter a certeza que todos os que votaram no Livre sentirão orgulho por "ter elegido este grupo parlamentar e nunca se arrependerão do vosso voto".
CDU quer enfrentar direita "com coragem"
Foto: António Cotrim - Lusa
O porta-voz da CDU saudou, "de forma particular, a juventude" que deu a "esta campanha eleitoral uma expressão de grande dinâmica, de grande audácia, uma expressão eleitoral que teve frutos no presente e vai ter frutos no futuro".
O resultado da CDU, continuou Paulo Raimundo, "não reflete nem a expressão de apoio e de reconhecimento que a campanha mostrou, nem o que a situação do país exigia".
Dirigindo-se aos militantes presentes na sede de campanha, o líder comunista disse, "com grande satisfação, que tudo indica" que a CDU manterá o mesmo numero de deputados na Assembleia da República.
"Cada voto na CDU é uma expressão de compromisso com outro rumo na vida política nacional, um voto de exigência de rutura com a política de direita e que contarão para enfrentar com coragem, com muita coragem, a direita, a extrema-direita e os interesses do capital", frisou.
Nuno Melo salienta reforço da "legitimidade e credibilidade" da AD e de Montenegro
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
Nuno Melo afirma que os resultados desta noite provam "que a crise política criada pelas oposições era totalmente desnecessária" e que o PS, "que lhe deu caso, foi por isso fortemente penalizado, sofrendo uma pesada derrota".
"Estamos aqui para governar, para resolver os problemas dos portugueses", rematou.
AD vence, PS e Chega têm o mesmo número de deputados
A AD soma 32,10 por cento dos votos, o PS 23,38 por cento e o Chega 22,56: a diferença entre estes dois últimos é de 48.916 votos.
Falta agora apurar os votos da emigração.
Inês Sousa Real consegue manter-se no Parlamento
Mariana Mortágua reconhece "grande derrota" do Bloco de Esquerda
Foto: João Relvas - Lusa
"Foi uma boa campanha para o Bloco de Esquerda, mobilizámos muita gente, juntámos gente nova", prosseguiu. "Mas os tempos são difíceis, e nós não escolhemos os tempos em que calhámos viver".
Mariana Mortágua reconheceu que "o Bloco de Esquerda tem uma grande derrota esta noite" e disse ser importante assumi-la "com toda a humildade e frontalidade".
"Porque assumir essa derrota é o primeiro passo para fazermos em conjunto a reflexão que temos de fazer", considerou, aproveitando para garantir "a toda a esquerda em Portugal" que "o Bloco de Esquerda está aqui".
"Temos muito trabalho pela frente para construir a esquerda e alargá-la, e para enfrentar a extrema-direita", declarou.
Questionada sobre uma eventual mudança de liderança no partido face aos resultados, respondeu: "Eu encabeço uma moção à próxima convenção do Bloco de Esquerda, e mantenho inteiramente esse compromisso".
"O Bloco terá menos mandatos na Assembleia da República. Cada mandato que não teremos na Assembleia da República é uma lutadora e um lutador contra a extrema-direita que estará a fazer o mesmo trabalho na rua. Tenham a certeza disso", vincou Mortágua.
Ana Catarina Mendes reconhece "mau resultado" do PS e pede "reflexão profunda"
"Este é um mau resultado do PS e deve haver uma reflexão profunda", reiterou, afirmando que esta reflexão "é também para todo o país e todos os democratas".
Duarte Cordeiro admite cenário de saída de Pedro Nuno Santos
Em declarações ao canal Now, Duarte Cordeiro considerou "profundamente perturbador" que os socialistas se vejam na contingência de estar "à espera do final da noite eleitoral para saber se fica à frente ou não do Chega".
"Não é normal", frisou.
"A ideia de ficarmos atrás do Chega é uma circunstância que para mim deveria levar a uma reflexão profunda da parte do líder do Partido Socialista", sustentou o antigo ministro.
Mariana Mortágua eleita deputada pelo Bloco
Cafôfo reconhece mau resultado mas rejeita demitir-se
"Com toda a humildade, aceitamos a decisão do eleitorado", reagiu Cafôfo, depois da divulgação dos resultados das eleições antecipadas, nas quais a AD manteve os três deputados eleitos e o PS perdeu um deputado.
"Eu, enquanto presidente do partido, tenho demonstrado coragem e não são os resultados que me fazem demover dos meus princípios e valores", continuou, ao ser questionado sobre se considerava reunir condições para se manter na liderança.
Cafôfo diria ainda ver "com muita preocupação esta viragem ao populismo que está a pôr em causa os alicerces da democracia".
Ativistas climáticos são retirados pela PSP durante protesto frente à sede de campanha da AD
Os ativistas sentaram-se em frente à entrada principal do hotel junto ao Marquês do Pombal, em Lisboa, e foram retirados à força por elementos da PSP que fazem a segurança desta unidade hoteleira.
Os jovens serão levados para uma esquadra da baixa de Lisboa, onde serão identificados.
"Nós, estudantes, não vamos aceitar mais um governo que nos condena à morte e que destrói o nosso futuro", declarou, na mesma nota, a porta-voz Leonor Chicó.
Nas legislativas de 2024, atiraram tinta vermelha para a entrada do mesmo hotel onde a AD se concentrou para acompanhar a noite eleitoral e, durante essa campanha, atingiram o presidente do PSD, Luís Montenegro, com tinta verde, na Bolsa de Turismo de Lisboa.
Presidente do Governo Regional da Madeira conclui que PS "pagou muito caro" a queda do Governo
"É importante também sublinhar que a transferência de votos efetuou-se ao nível dos partidos da esquerda e que a AD reforçou a sua votação relativamente a 2024, quer em percentagem, quer em número de votos", vincou o dirigente laranja.
"O PS pagou muito caro a irresponsabilidade de derrubar o Governo. Sendo um partido da formação do sistema democrático, tem que aprender com esta lição", rematou.
Imprensa europeia destaca vitória da AD e crescimento do Chega
"Segundo as sondagens à boca das urnas, parece que os eleitores voltaram a dar a sua confiança à formação política do atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, (...) com entre 29% e 34%, um resultado superior ao das últimas legislativas", realizadas em março de 2024, escreve o jornal belga Le Soir.
A AD, prossegue, "consolida o seu apoio no país, mas ainda sem maioria absoluta, o que pressagia um novo mandato marcado pela instabilidade".
Para o britânico The Guardian, a notícia destas eleições está no "importante resultado da extrema-direita".
"Será um grande resultado se o Chega ultrapassar os 20% como resultado final, relativamente aos 18% das últimas legislativas", escreve o Guardian, frisando que "se as projeções estiverem certas, o crescimento do Chega continua, embora de uma forma não tão dramática como nas últimas duas eleições", quando o Chega passou de um para 12 deputados (2022) e de 12 para 50 (2024).
"Como o Vox, seu companheiro ideológico do outro lado da fronteira, em Espanha, o partido português Chega tem, nos últimos anos, rebentado com o mito de longa data de que a história de ditaduras dos dois países vizinhos os tinha vacinado contra políticos de extrema-direita", segundo o jornal.
O artigo afirma que o Chega tem conseguido "capitalizar uma insatisfação generalizada com os partidos dominantes de esquerda e de direita, numa altura em que o país continua a sofrer uma crise de habitação, os sistemas de saúde e educação sob pressão e os baixos salários".
Em Espanha, o El Pais puxa para título ambas as perspetivas, escrevendo "a coligação conservadora ganha as eleições em Portugal e a extrema-direita avança".
O diário espanhol escreve ainda que o PS pode ser ultrapassado pelo Chega, "que regista um grande avanço" nestas legislativas, o que qualifica de "uma revolução" que altera o modelo partidário vivido desde 1974 e, a confirmar-se, "certificaria o enterro definitivo do bipartidarismo que definiu a política portuguesa desde a Revolução dos Cravo, em 1974".
"O populismo que avança em numerosos países demorou a chegar a Portugal, mas este domingo demonstrou que o partido de Ventura foi capaz de implantar-se com êxito em todo o país em tempo recorde, tendo em conta que nasceu em 2019", acrescenta o El Pais, notando todavia que os resultados "não permitem vislumbrar soluções de governação estável".
A governabilidade é o destaque do jornal online de atualidade europeia Politico.eu, que salienta que o centro-direita vence sem maioria e prevê que, a confirmarem-se as projeções à boca das urnas, "o parlamento do país vai continuar fraturado, com a extrema-direita a lutar para terminar em segundo lugar".
Na análise das eleições, o Politico refere que anteriores sondagens mostravam a frustração dos eleitores com umas legislativas antecipadas e, no voto, "parecem ter descarregado a sua irritação nos socialistas e recompensado o centro-direita no poder e a extrema-direita, que põe em causa o `status quo` democrático do país".
Apontando como Montenegro tem recusado qualquer acordo de governo com o Chega, o jornal escreve que "a formação de um governo de minoria exigiria um apoio tácito do centro-esquerda", evocando uma "cooperação construtiva" do PS nas votações do programa de governo e do Orçamento do Estado, mas destacando que as relações entre os líderes da AD e do PS se degradaram desde o chumbo da moção de confiança ao governo, tornando improvável um tal apoio.
"Quando os governos falham, os extremismos aumentam". JPP considera preocupante crescimento do Chega
Foto: Homem de Gouveia - Lusa
O candidato do Juntos Pelo Povo acredita que o Chega não mostrou "em termos de poder local, legislativo e governamental" qualquer "demonstração de resultados ou experiência nessa área".
"Os governos falham e há um aproveitamento desse falhanço por parte desses extremismos", insistiu Filipe Sousa.
Partido com origem na Madeira elege deputado à Assembleia da República
Livre preocupado com "direita radicalizada em maré alta"
"Termos um cenário com uma direita radicalizada mais em maré alta é um cenário que nos preocupa", afirmou Isabel Mendes Lopes, numa primeira declaração do partido.
Ainda assim, as projeções dão um crescimento do partido, o que "está em linha com os objetivos que o Livre traçou", de crescer e de "chegar a mais pessoas".
Luís Montenegro foi primeiro líder a ser eleito
De destacar que Pedro Nuno Santos é o cabeça de lista do PS por Aveiro, círculo onde, pelas 21h00, a AD liderava com mais de 42 por cento dos sufrágios.
Com quase 64 pro cento dos votos apurados, o Chega somava 21 por cento e o PS 20,7.
Foi também já eleito Nuno Melo, presidente do CDS-PP e número dois da lista da AD no círculo do Porto, onde Paulo Rangel foi cabeça de lista. Neste círculo, quando estavam contados quase 60 por cento dos votos, a AD liderava com 36,6 por cento, seguinda do PS, com 23,7, e do Chega, com 22,6 por cento.
André Ventura: "O Chega matou hoje o bipartidarismo em Portugal"
Foto: Rodrigo Antunes - Reuters
"Obrigado por terem acreditado que era possível quebrar 50 anos de um sistema político sempre igual", afirmou.
André Ventura assegurou ainda que irá "lutar para que haja estabilidade" e "para que haja um Governo digno em Portugal".
Serenidade é a palavra de ordem no seio do JPP
Lina Pereira falava a partir de um hotel de Santa Cruz, na Madeira, onde o Juntos Pelo Povo segue o desenrolar da noite eleitoral.
"A verdade é que ainda estamos a fechar aqui várias urnas, localidades importantes que vão fazer e determinar o resultado final. Mas, com serenidade, o Juntos Pelo Povo aguarda e acreditando que será possível [eleger], sim", quis enfatizar a dirigente partidária.
"Ainda há muitos cenários em aberto", ressalvou.
"Vitória reforçadíssima". Hugo Soares afirma que portugueses reforçaram "confiança no Governo"
Foto: Violeta Santos Moura - Reuters
Ainda a aguardar o "veredicto final", o líder parlamentar do PSD falou "perante todas as projeções" e congratulou-se com a "vitória eleitoral reforçadíssima" da AD.
"O país reforçou a confiança no Governo e (...) em Luís Montenegro", continuou.
Sérgio Sousa Pinto afirma que direção de Pedro Nuno pode acabar com PS
Na CNN Portugal, ao comentar a noite eleitoral, Sousa Pinto afirmou que os resultados que se desenham para o PS constituem "uma calamidade" que "obriga" o partido "a tomar decisões".
"A magnitude do desastre é a única notícia da noite", prosseguiu.
"O partido vai ter de encarar as razões desta tragédia", estimou ainda o deputado.Chega fala em dia histórico e acredita no fim do bipartidarismo
Para Pedro Pinto, "o Chega quebrou definitivamente o bipartidarismo em Portugal e assume-se como a grande alternativa de governo em Portugal".
"É um dia que vai marcar a história. O dia 18 de maio de 2025 vai ficar para a história de Portugal", acrescentou.
Projeção da Católica para a RTP dá vitória à AD com Chega colado ao PS
A Iniciativa Liberal surge como quarta força política, com quatro a sete por cento (entre seis e 12 mandatos).
O Livre sobe nas previsões deste ano, com um resultado de entre três e seis por cento e quatro a dez deputados.
Seguem-se a CDU (dois a quatro por cento), Bloco de Esquerda (um a três por cento) e PAN (um a dois por cento).
O Chega manteve-se como terceira força política, mas com 18,07 por cento, bastante mais afastado dos socialistas do que nas previsões deste ano.
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP no dia 18 de maio de 2025. O universo alvo é composto pelos votantes nas eleições Legislativas. Foram selecionadas cinquenta freguesias do país, tendo em conta a distribuição dos eleitores por Regiões NUTSII, de modo a garantir que as médias dos resultados eleitorais das últimas eleições nesse conjunto de freguesias (ponderado o peso eleitoral das suas Regiões NUTSII de pertença) estivessem a menos de 1 ponto percentual dos resultados nacionais das cinco candidaturas mais votados em cada eleição. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente à saída dos seus locais de voto e foi-lhes pedido uma simulação de voto em urna. Foram obtidos 39103 inquéritos válidos. A taxa de resposta foi de 68,3%.
Mariana Mortágua diz estar "super tranquila"
AD aguarda resultados com "confiança e serenidade"
"Estamos naturalmente com muita confiança e muita serenidade a aguardar os resultados", concluiu a ainda ministra da Juventude.
Rui Tavares confiante com "metas" que Livre estabeleceu
Alexandra Leitão considera "muito prematuro" falar do futuro de Pedro Nuno Santos
Luís Montenegro já chegou à sede de campanha da AD
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa
César espera que portugueses decidam em "sentido que salvaguarde a democracia"
Questionado se, no caso de o PS perder, o secretário-geral do partido deve deixar a liderança, o socialista respondeu que "Pedro Nuno Santos fez, e muito bem, uma boa campanha eleitoral".
Projeção da abstenção. Universidade Católica prevê 36% a 42%
Nas eleições de 10 de março de 2024, a abstenção no território nacional e estrangeiro foi de 40,16 por cento, o que correspondeu a 4,3 milhões de eleitores.
Pedro Nuno aguarda com "tranquilidade" resultados eleitorais
Foto: José Sena Goulão - Lusa
O líder socialista garante não estar "nervoso" e recorda que os resultados nas eleições do ano passado foram "muito diferentes" dos "resultados à boca das urnas".
"Vamos aguardar com tranquilidade".
Mesas de voto fecharam às 19h00
Concorreram a estas eleições 21 formações políticas, mais três do que nas legislativas de março de 2024
Nuno Melo chega à sede de campanha da AD
O ministro em exercício da Defesa comentou os dados que indicavam que a abstenção estaria mais alta do que no ano passado, mas reconheceu ser "muito cedo ainda para se fazer uma avaliação concreta".
Queixas sobre comentário político motivam apelo "ao estrito cumprimento das regras"
"Apela-se ao estrito cumprimento das regras que asseguram o livre exercício do direito de escolha por parte dos eleitores", remata o organismo.
"Claro apelo ao voto na AD". BE da Madeira formaliza queixa na CNE contra Albuquerque
Os bloquistas insulares adiantam, em comunicado citado pela agência Lusa, que Miguel Albuquerque publicou no Facebook um vídeo de propaganda, entretanto apagado, "num claro apelo ao voto na coligação AD".
"Tal apelo e ato de propaganda política no dia de eleições constitui uma violação grosseira da Lei Eleitoral para a Assembleia da República, agravada ainda mais por ter sido proferida por um alto titular de cargo político", argumenta o Bloco.
Assinada pela coordenadora regional do partido, Dina Letra, a nota enfatiza ainda que "os ataques à democracia e ao Estado de Direito também se fazem pelo incumprimento e violação das leis democráticas e são mais um episódio numa longa história de déficit democrático que se vive na Região Autónoma da Madeira".
Emissão especial em simultâneo na RTP1 e na RTP3 a partir das 18h00
Às 16h00, a afluência às urnas era de 48,28 por cento. Nas legislativas de 2024, à mesma hora, era de 51,96 por cento.Face às últimas legislativas, realizadas em março do ano passado, o boletim de voto incluiu, desta feita, mais três formações partidárias.
O escrutínio abrange 22 círculos eleitorais, dos quais 18 em Portugal continental e os restantes nas regiões autónomas dos Açores e Madeira e nos círculos da Europa e fora da Europa.
Às 18h00 tem início a emissão especial da RTP para o acompanhamento da noite eleitoral. Às 19h00, fecham as urnas em território continental e na Madeira e, uma hora depois, nos Açores.
No momento de depositarem os respetivos boletins nas urnas, os líderes dos partidos à direita deixaram apelos à participação. O número um da AD, Luís Montenegro, considerou importante que os eleitores sentissem a responsabilidade de escolher um futuro com estabilidade. Rui Rocha, à frente da Iniciativa Liberal, quis recordar a turbulência política, para apelar ao voto em consciência. Por sua vez, André Ventura, o líder do Chega, afirmou que, este domingo, conta saúde da democracia.
À esquerda, os apelos ao voto assentaram na evocação das conquistas do 25 de Abril. O líder do PS, Pedro Nuno Santos, frisou ser importante votar para que não houvesse surpresas. A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, saiu em defesa do voto livre. Na mesma linha, Paulo Raimundo, pela CDU, Rui Tavares, pelo Livre, e Inês Sousa Real, pelo PAN, reiteraram que votar é fundamental para o sistema democrático.
Pelas 17h00, Marcelo Rebelo de Sousa, que regressou entretanto da deslocação ao Vaticano, acercou-se da equipa de reportagem da RTP nas imediações do Palácio de Belém para assinalar estar a ver a afluência às urnas como "positiva", mas à espera de um aumento até ao fim do período da votação. "É o dia ideal para o exercício do direito de voto", disse o presidente da República.
O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior afirma ter sido agredido à saída de um local de voto. O autarca diz conhecer o alegado agressor, que foi funcionário da Junta. Miguel Coelho apresentou queixa na PSP.
Acompanhámos aqui, desde a manhã, o desenrolar deste dia de eleições.
Legislativas. Votação decorre com normalidade em todo o país
Num momento incerto, "votar não é apenas um direito, é um dever", alerta Cavaco Silva
Açores e da Madeira com menor afluência às urnas da parte da manhã
Presidente da República afirma que votar "é contribuir para a estabilidade"
Em primeiro lugar, frisou que o “mundo de 2025, é radicalmente diferente do mundo em 2024”.
“O regresso ao poder do atual presidente norte-americano implicou, em quatro meses mudanças enormes nas relações com a Europa, a Rússia e a China, imprevisibilidade na economia internacional, maiores responsabilidades para nós europeus, e para nós portugueses”, frisou numa breve declaração no Palácio de Belém.
A segunda reflexão do chefe de Estado prende-se “com um mundo mais complexo e imprevisível, não participar, não decidir, não votar, faz ainda menos sentido do que nas anteriores eleições”.
“Seria meter a cabeça na areia. Ficar indiferente à gravidade da do instante vivido. Fazer de ausente, quando, como sabemos, o nosso dia a dia, os ausentes acabam mais cedo, ou mais tarde por perder a razão. E limitar-se, como diz o povo, a chorar sobre o leite derramado”, acrescentou.