Os moradores de Maracaibo, a capital do Estado de Zulia e uma das maiores cidades da Venezuela, desligam os frigoríficos para evitar descargas elétricas. Muitos habitantes só compram comida para consumir no próprio dia e muitos dormem regularmente na rua.
Os constantes apagões naquele Estado decorrem também da crise económica que o país. O atual quadro venezuelano inclui escassez de alimentos básicos e medicamentos, a deterioração acelerada de serviços públicos, uma inflação muito elevada e uma emigração em massa.
"Eu nunca pensei que teria que passar por isto", desabafa em lágrimas Cindy Morales, de 36 anos, empregada numa padaria. "Eu não tenho comida, não tenho poder, não tenho dinheiro", enumera.
Conhecido durante décadas pela abundância de petróleo, o Estado de Zulia, coração da indústria energética da Venezuela, está desde março mergulhado na escuridão. São 3,7 milhões de habitantes que, por vezes, ficam sem eletricidade durante 24 horas.