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Guerra no Médio Oriente
Intenções sobre Gaza. Bruxelas promete aplicar sanções a ministros israelitas
Ursula von der Leyen, no discurso sobre o Estado da União, propôs ainda a suspensão parcial do Acordo de Associação UE-Israel, em resposta à situação "inaceitável" em Gaza.
A presidente da Comissão Europeia quer criar um grupo de doadores da Palestina, em outubro. Perante os eurodeputados em Estrasburgo acrescentou que pretende criar “um instrumento” dedicado à reconstrução da Faixa de Gaza.
A palavra “inaceitável” foi utilizada algumas vezes por Ursula von der Leyen, em particular sobre as mortes de palestinianos provocadas pela fome. "A fome provocada pelo homem nunca poderá ser utilizada como arma de guerra”.
Em agosto, a ONU declarou oficialmente que “há fome em Gaza” e contabilizou em mais de meio milhão o número de pessoas com fome.
As Nações Unidas também admitiram que este número poderia “aumentar nas próximas semanas”.
Quanto às ações do governo israelita, a presidente da Comissão Europeia propôs sanções contra ministros "extremistas" em Israel e uma suspensão parcial do Acordo de Associação UE-Israel, em resposta à situação "inaceitável" em Gaza.
No entanto, a suspensão do acordo, se avançar, não vai impedir o comércio da União Europeia com Israel (sendo a UE o maior parceiro comercial de Israel). O efeito será suspender os direitos aduaneiros preferenciais ou as suas isenções.
A suspensão da parte comercial do Acordo de Associação UE-Israel é reivindicada por vários Estados-membros há muito tempo.
Esta medida exige ser adotada por uma maioria qualificada dos Estados-membros algo que é muito "difícil" de alcançar, admitiu Ursula Von der Leyen.
Isso foi visível quando Bruxelas propôs a suspensão de um programa de ajuda a startups israelitas. Uma medida, considerada branda pela responsável pela política externa da UE, que não foi aplicada por não ter havido maioria qualificada.
No discurso desta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia criticou as mais recentes decisões do Governo israelita, incluindo os projetos de colonatos na Cisjordânia.
São "inaceitáveis" e demonstram “uma clara tentativa de minar a solução de dois Estados". "Não devemos deixar que algo assim aconteça", reforçou Ursula Von der Leyen.