Militantes israelitas exigem regresso das colónias em Gaza

por RTP
Ministro israelita Ben Kvir, rodeado de colonos e defensores do s colonatos, junto à Faixa de Gaza Menahem Kahana - AFP

Várias centenas de israelitas juntaram-se esta segunda-feira perto da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza para reclamar a instalações de colonatos judeus no enclave.

Entre a multidão encontravam-se deputados e ministros do Likud, o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e representantes de partidos e de organizações favoráveis à colonização, incluindo a Nachala, que promove a instalação de colonatos na Cisjordânia. A manifestação foi convocada sob a palavra de ordem "preparar o regresso" a Gaza.

"Se o quisermos, podemos reinstalar-nos em Gaza" afirmou o ministro da Segurança Interna, Itamar Ben Gvir, aplaudido pelos participantes, na sua maioria judeus religiosos.

"A terra de Israel pertence-nos!"
, clamou ainda Ben Gvir, perante a multidão, que ostentava em grande parte autocolantes com a frase "Gaza é nossa para a eternidade". Em 2005, Israel retirou-se da Faixa de Gaza, deixando para trás os colonatos e desalojando cerca de oito mil israelitas que ali viviam. O enclave foi administrado somente pelo grupo isalmita Hamas após 2007.

Esta segunda-feira, Ben Gvir, um ministro perseguido por polémicas devido ao seu estilo provocador ultranacionalista, considerou ainda que "encorajar a emigração", da população palestiniana do território é a solução "mais ética" para o atyal conflito.

"Se quisermos, podemos renovar a instalação (israelita) em Gaza", afirmou. "Podemos ainda fazer outra coisa - encorajar a emigração. A verdade é, esta é a solução mais ética e a mais correta", defendeu. Mas, "não pela força", frisou Ben Gvir, acrescentando que deveria ser dito aos habitantes de Gaza que Israel "lhes dá a opção" de ir para outros países.

Em agosto passado, Ben Gvir provocou reações de revolta e de repúdio entre a comunidade muçulmana ao dizer que, por ele, construía uma sinagoga no complexo da mesquita de Al Aqsa, em Jerusalém.

O local é um dos mais sagrados do Islão, em particular para os palestinianos, e é igualmente reverenciado pelos judeus enquanto Monte do Templo, local onde os dois primeiros grandes Templos judaicos forem edificados.

Israel proibiu aos judeus a realização de atos religiosos no complexo, reservando-o para os muçulmanos, interdição que Ben Gvir já violou por diversas vezes.

O ministro já disse que considera os colonos judeus como "heróis", palavras que lhe valeram censura internacional, com o Reino Unido a admitir, na semana passada, impor-lhe sanções particulares.
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